Serão recuperados 2,4 mil quilômetros em 18 municípios
O governador Tião Viana assinou na manhã desta segunda-feira, 9, ordem de serviço para a execução do Programa de Recuperação de Ramais. O evento aconteceu na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetacre) com a presença de representantes de 15 associações de produtores rurais e sindicatos de trabalhadores rurais, prefeitos, parlamentares, secretários de governo e das prefeituras, bem como lideranças do movimento comunitário e sindical.
O programa é uma parceria do governo do Estado com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e recebe o apoio da Fetacre, Confederação Nacional dos Seringueiros (CN), Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e Central Única dos Trabalhadores (CUT). A obra vai ser executada pelo Departamento de Estradas de Rodagem, Hidrovias e Infraestrutura Aeroportuária do Acre (Deracre).
Serão recuperados 2,4 mil quilômetros de ramais em 18 municípios. Os recursos são oriundos do governo do Estado e estão na ordem de R$ 3,1 milhões. Para tanto, o Deracre vai empregar 280 equipamentos e mais de 400 homens em 22 frentes de trabalho. Serão utilizados mais de R$ 2 milhões de litros de óleo diesel.
O diretor-presidente do Deracre, Marcus Alexandre Médici Aguiar, disse que os representantes de cada município é que vão decidir a prioridade das obras. “De hoje até a próxima semana vão ocorrer as reuniões nos 18 municípios com a participação das prefeituras, do Incra, do governo e das lideranças rurais para que a gente tenha a relação em cada município dos ramais em que vamos trabalhar”, explicou Alexandre. De acordo com ele, a partir do dia 15 de maio os equipamentos já vão trabalhar na recuperação dos ramais.
O anúncio acontece uma semana antes da realização do movimento Grito da Terra, que é realizado pelos trabalhadores rurais em todo o país para reivindicar melhorias para quem trabalha no campo e três dias após os organizadores do movimento encontrarem o governador Tião Viana e lhe entregarem uma lista de reivindicações.
“Essa é a primeira vez eu vejo um governo atender reivindicações dos trabalhadores muito antes da realização do Grito da Terra. Antes era preciso uma enorme negociação e muita pressão dos trabalhadores”, admirou-se o deputado federal Sibá Machado, que já ajudou a organizar o Grito da Terra no Acre em outros anos.
O governador Tião Viana disse que é fundamental discutir a recuperação dos ramais com os movimentos populares. Segundo ele, é a partir daí que saem as melhores decisões. “A democracia sempre nos leva para o melhor caminho”, afirmou Tião Viana. O governador lembrou que a decisão de recuperar os ramais está acontecendo numa hora boa, logo no início do período de estiagem. Ele argumentou que a antecipação do início das obras vai garantir que se faça mais e com mais qualidade.
“Eu estou muito animado e certo de que vamos ter um ano muito bom para a melhoria dos ramais, que são as bases da produção rural do Estado”, disse Viana.
Na próxima semana, também, o governador assina ordem de serviço e convênio com o Incra para a recuperação de ramais em áreas de assentamento, somando-se, assim, um total de mais de 4,8 mil quilômetros de ramais recuperados este ano.
O presidente do Incra no Acre, Taumaturgo Neto, explicou que vai ser formalizado um convênio no valor de R$ 10 milhões para dar continuidade ao trabalho de recuperação de ramais. “Este é o primeiro ano do governo de Tião Viana e nós estamos fortalecendo essa parceria. Isso representa o Incra nacional atuando para garantir a melhoria nos assentamentos do Estado”, disse.
As obras dos ramais, seja nos assentamentos, seja nas demais regiões do Acre, vão melhorar muito a vida de quem trabalha no campo. Vida como a do produtor Valdeci Pereira dos Santos, que mora no ramal Belo Jardim. Ele reclama que naquela localidade as chuvas dificultam até mesmo a vida das crianças que precisam se deslocar para ir à escola. Com o ramal, ele acredita que haverá mais segurança, bem como haverá mais produção. “É muito difícil de entrar carro. A estrada é ruim mesmo. Nós esperamos melhorias do governo, necessitamos de apoio e de ajuda”, reclamou. “Se tiver ramal, a gente vai poder plantar, porque vamos ter como tirar a produção para poder vender.”