Ação vai capacitar responsáveis pela elaboração de planos de manejo na Amazônia
O governo do Estado, por meio do Instituto Dom Moacyr, em parceria com a Universidade Federal do Acre (Ufac) e o Jardim Botânico de Nova York (NYBG), com apoio do The Overbrook Foundation e WWF-Brasil, promovem curso de capacitação para os mateiros do Estado. O curso teve início na manhã desta segunda-feira, 2, na Escola da Floresta Roberval Cardoso.
O projeto é voltado para profissionais atuantes na identificação botânica em áreas de manejo florestal, estudantes e técnicos em agropecuária, agroecologia, florestas, ambiental, estudantes e/ou engenheiros florestais, biólogos, com o objetivo de promover a conservação e melhorar a certificação para manejo sustentável na Amazônia. A atividade pretende elevar o nível de conhecimento e competência dos mateiros, para que reconheçam melhor a diversidade arbórea e utilizem os resultados desses esforços para influenciar os critérios e protocolos estabelecidos tanto pelo Forest Stewardship Council (FSC) e o Serviço Florestal do Brasil (SFB).
O curso vai recrutar instituições regionais, capacitar e valorizar setores regionais e desenvolver ferramentas e recursos com utilidade ampla. Dessa maneira, pretende aumentar o valor e a eficiência de planos de manejo em florestas particulares e comunitárias. Por testar novas estratégias para manejo florestal, e analisando as conseqüências do status para diversidade arbórea, o projeto poderá propor mudanças nos critérios na Amazônia inteira e comunicar essas mudanças para os setores privado e público.
“O maior desafio para nós é expandirmos o curso, pois, infelizmente, nem todo os lugares têm um órgão como o Instituto Dom Moacyr que apoia essas iniciativas. Nós acreditamos que podemos mudar e melhorar o inventário florestal. Queremos propagar esse curso na Amazônia inteira. Após o curso para mateiros, pretendemos concentrar esforços em influenciar os requerimentos para manejo na Amazônia em nível nacional, através de reuniões em Belém e Brasília”, revela Douglas Daly, do Jardim Botânico de Nova York e instrutor do curso.
O projeto pretende trabalhar com ONGs regionais, nacionais e internacionais, com o setor privado e eventualmente com o Serviço Florestal do Brasil para tentar reformar políticas e critérios.
O curso está dividido em quatro módulos de duas semanas cada, para evitar interferir com o trabalho dos mateiros dentro das instituições. A carga horária total chega a 420 horas e conta com os representantes das seguintes instituições: Funtac, Ufac, Tecman, Cooperfloresta, Imac, Embrapa e Escola da Floresta. Os instrutores são derivados principalmente do quadro de professores da Ufac e de alunos avançados de pós-graduação.
“Esse curso tem grande importância para mim, pois já estou na área há 17 anos e cada vez mais quero melhorar meus conhecimentos como mateiro, podendo contribuir com a instituição que trabalho disseminando as informações para outras pessoas e para as empresas madeireiras. É um ganho poder trocar informações”, observa José Acelino, mateiro da Funtac.
Após a conclusão, os participantes do curso estarão aptos a atuar na geração de conhecimento sobre a flora regional, atuar em pesquisa, difusão de conhecimento e em empreendimentos florestais (empresas, associações, propriedades produtivas etc.), no inventário florístico e florestal, prestar serviços de coleta, herborização, providenciar determinação botânica das espécies manejadasa, assessorar engenheiros florestais e ambientais, agrônomos, biólogos, tecnólogos e demais profissionais afins ligados ao manejo florestal, atuar em instituições públicas e privadas de pesquisa, agropecuárias, florestais, agroflorestais, proteção ambiental, ensino, assistência técnica, extensão rural e turismo.