Até o fim deste ano, Estado terá desenvolvido os primeiros protocolos de reprodução de plantas ornamentais em laboratório
O Governo do Estado está construindo um orquidário na Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), em Rio Branco. A unidade, um laboratório de cerca de 60 metros quadrados, é um espaço específico para para o cultivo, armazenamento e apreciação de orquídeas e plantas epífitas e integra o complexo do Laboratório de Sementes e Produtos Naturais da Funtac. A obra deve ser concluída em quinze dias.
Com o orquidário, o Governo avança ainda mais na consolidação das técnicas de reprodução de plantas ornamentais em laboratório, a micropropagação in vitro. Iniciado há pouco mais de dois anos pelo biólogo Paulo Arthur do Vale, o projeto tem obtido resultados que nos próximos anos deverá promover o adensamento de variedades de bromélia e orquídeas na floresta e difundir cultivares para jardins e praças, além da produção em escala para fins comerciais com reflexos na geração de emprego e renda.
A micropropagação consiste na produção rápida de milhares de clones de uma planta, a partir de uma única célula vegetal somática ou de um pequeno pedaço de tecido vegetal, chamado de explante. As vantagens da técnica, já bastante difundida entre laboratórios governamentais e privados, é que ela produz plantas livres de doenças com fecundidade elevada, pelo que se obtêm milhares de plantas, especialmente aquelas que não produzam sementes ou que apenas produzam em quantidades pouco lucrativas. A micropropagação produz plantas mais resistentes, com um crescimento mais rápido do que as plantas produzidas através de métodos convencionais.
De acordo com Paulo Arthur, até o final deste ano deverá ser publicado o primeiro protocolo de microprogação de plantas ornamentais no Acre. "Estamos avaliando a aplicação da giberenina, um hormônio de alongamento celular, que promove crescimento mais rápído", informa Paulo Arthur, mostrando frascos para comparar o protocolo do hormônio com outra substância. Os efeitos são claros.
O trabalho no laboratório e no orquidário é realizado em parceria com a Universidade Federal do Acre (Ufac). O Governo do Estado já anunciou a implantação de um orquidário em Mâncio Lima, na reserva do Japiim, onde foram descobertas três espécies de orquídea desconhecidas da ciência.