Governo consolida ações necessárias ao Desenvolvimento Sustentável no Estado

Comunidades e polos agroextrativistas comemoram o repasse das verbas do Proacre

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O governo do Estado entregou no último sábado mais de 170 mil reais em investimentos para comunidades de Xapuri O governo do Estado entregou no último sábado mais de 170 mil reais em investimentos para comunidades de Xapuri (Fotos: Sérgio Vale)

O governo do Estado, dando sequência ao Programa de Inclusão Social e Desenvolvimento Econômico Sustentável (Proacre), acaba de contemplar mais duas comunidades rurais com investimentos da ordem de R$ 173.655 em equipamentos, infraestrutura e insumos para a produção, através dos PDCs, ou Planos de Desenvolvimento Comunitário. O evento ocorreu no último sábado, 10, na Comunidade do Polo Agroextrativista Equador, e contou com a presença do governador do Estado, Tião Viana, do prefeito de Xapuri, Biraci Vasconcelos, e dos secretários de Estado do Meio Ambiente e de Florestas, Carlos Edegard de Deus e João Paulo Mastrangelo, secretário de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, Lourival Marques, além de lideranças locais.

A comunidade também comemorou seus dez anos de existência e labuta no interior da maior floresta do mundo, tendo agora a certeza do apoio necessário não apenas à sobrevivência, mas a um verdadeiro desenvolvimento que se articula de forma sustentável num ambiente onde os desafios são inúmeros e complexos.

Segundo o extrativista Lourival Marcelino, presidente da Associação do Polo Agroextrativista Tupá, “hoje está bem melhor do que em 2003, quando chegamos, porque não havia nada, só um varadouro e uma área desmatada. Hoje possuímos escola, luz elétrica, ramal – que ainda precisa de melhoras no inverno -, mas também temos de tudo: arroz, feijão, banana, farinha e café, mais usados pra alimentação, porque a distância pra escoar uma produção maior ainda é grande. A gente está pensando em investir mais em roçadeiras, hortas, no frango caipira e na criação de abelhas, pra aumentar essa renda. Esse dinheiro que o governo está repassando, bem estudado dá pra fazer muita coisa”.

Uma vida saudável e equilibrada em meio a um ambiente florestal é possível, e a própria história de vida dessas comunidades o comprova. Tornar esta ação em prática recorrente demanda vencer obstáculos e desafios inimagináveis para quem vive nas cidades. Água potável, luz, estradas e ramais em perfeitas condições para transporte e escoamento da produção não são expedientes comuns. Assistência médica e educacional, apoio técnico e logístico para produções diversificadas que não esgotem e respeitem as características do entorno, aliados ao diálogo freqüente para atender às necessidades reais das comunidades, são apenas algumas das medidas básicas necessárias para lograr o desenvolvimento sustentável.

Todas dependem de estudos apurados das realidades circundantes, de investimentos substanciais bem direcionados, ações de fiscalização, além de pactos contínuos com as comunidades. Levar esses investimentos para as comunidades isoladas, nunca será uma tarefa fácil ou rápida, ainda mais para um Estado com poucos recursos. Ocorre que mesmo enfrentando inúmeras dificuldades, o Acre tem conseguido assumir a liderança neste tipo de iniciativa mais que necessária aos tempos atuais.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Carlos Edegard de Deus, “esperamos que esse apoio que o governo está dando, norteado pela visão que a comunidade tem de suas necessidades, possa alavancar o processo de seu desenvolvimento, dando um passo à frente em seus sistemas produtivos e na conservação da floresta. Pena que o Chico Mendes não está aqui com a gente, porque isso fazia parte de seu sonho”.

Durante as gestões dos governadores Jorge Viana e Binho Marques, o Estado criou as condições institucionais e de infraestrutura necessárias ao projeto do desenvolvimento sustentável, tendo no Zoneamento Ecológico-Econômico o principal norteador das mudanças almejadas. Na atual gestão, o desafio é implementar essas conquistas.

O que se pretende, no caso das comunidades rurais, é a inclusão social em regime sustentável de 260 comunidades distribuídas nas cinco regionais que compõem o Estado. A verba e apoio logístico destinados às vomunidades Polos Equador e Tupá, no último sábado, fazem parte de um corpo de ações mais amplo expresso no Proacre, que ganha direcionamento prático a partir dos chamados PDCs, ou Planos de Desenvolvimento Comunitários, desenhados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, em parceria com a Seaprof e a SEF.

O prefeito de Xapuri, Biraci Vasconcelos, avalia que “todo o processo de organização comunitária precisa ser continuamente amadurecido. Os PDCs foram elaborados e agora serão executados, e os resultados desses investimentos vão aparecendo aos poucos. As comunidades se organizando, com certeza num curto espaço de tempo e com o apoio necessário, as melhorias acontecem. De qualquer modo, quando se trata de produção, os resultados não saem num único dia: todo ano tem ramal para consertar, todo ano quebra um equipamento, um caminhão ou um trator, temos regimes de chuvas diferenciados e vários fatores que interferem. Só em Xapuri, precisamos vencer 700 quilômetros de ramais. Então, não existe solução definitiva ou milagrosa. Percebemos também que a produção precisa ser diversificada: não dá pra viver só da madeira, ou de um único produto que seja. Mas se você consegue diversificar, ter um gado de leite, uma horta, um manejo, uma criação de galinhas ou peixes, você acaba tendo um padrão de vida melhor do que aquele que encontramos nas cidades”.

 

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Na visão do governador Tião Viana, a efetivação desses planejamentos e pactos elaborados durante os últimos anos deve ocorrer no atual governo

 

A função básica desdes planos é proporcionar melhorias na qualidade de vida das comunidades rurais, integrando serviços de educação, saneamento, assistência social e saúde, ao mesmo tempo em que consolidam estratégias de produção sustentável com foco na floresta e na recuperação de áreas alteradas, além de buscar integração com as cadeias produtivas da agricultura familiar. Na visão do governador Tião Viana, a efetivação desses planejamentos e pactos elaborados durante os últimos anos deve ocorrer no atual governo.

“É um momento muito especial, em que vemos novamente a esperança nos olhos das pessoas dessas comunidades. É uma história de luta de gerações inteiras, e o que mais me chama a atenção são as crianças daqui. Eu recordo a situação delas há 12 anos, e a gente vê que era um ambiente muito mais difícil e sofrido, não havia luz, nem ramais, nem um repasse financeiro desta ordem para ajudar no desenvolvimento destas 98 famílias. Além do Programa Luz para Todos, foram reformadas 54 escolas só aqui em Xapuri pelo Proacre em parceria com a prefeitura, temos também o Saúde Itinerante que dispõe de sete equipes para deslocar semanalmente para as comunidades. Quando planejamos essas reformas nos governos anteriores do Jorge e do Binho, entendíamos que se a comunidade tivesse a palavra para apontar suas reais necessidades, indicando como melhor aplicar os recursos disponíveis, o resultado seria melhor. O Proacre é produto disso, e compatibiliza nossa visão com a visão de Chico Mendes, de Raimundo Barros e de todos os companheiros de luta que passaram aqui: é possível melhorar e dar dignidade à vida de uma família sem precisar destruir, sem precisar inviabilizar o futuro. No Antimary, por exemplo, somente com o manejo florestal, hoje uma família consegue uma renda mensal de R$ 880, e a tendência é ampliar e melhorar. E a gente quer continuar melhorando esse modelo.”

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