Acompanhado de sua equipe de secretários e principais gestores, o governador Tião Viana realizou mais uma avaliação das atividades desenvolvidas por secretarias e instituições do Estado no ano de 2013. A reunião foi realizada na tarde de quarta-feira, 18, no auditório da Secretaria de Fazenda, e trouxe, desta vez, o desempenho da Secretaria de Saúde (Sesacre), Hospital das Clínicas, Procon e Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
A secretaria de Saúde Suely Melo tomou a frente para uma macroexposição dos avanços sentidos na saúde em 2013. Já de antemão comemorou o exponencial aumento do números de médicos atualmente no Sistema Público de Saúde do Estado, que saltou de 568 profissionais em 2012, para 797 atualmente, principalmente com o incentivo federal do programa Mais Médicos.
Um dado a se comemorar também é a regularização completa da rede de urgência e emergência do Estado, que hoje conta com 38 unidades do Samu. Também o helicóptero João Donato está certificado pelo Ministério da Saúde para operações de transporte de pacientes. Entre outros avanços, está o aumento de 20 leitos no Hospital da Criança e mais 50 leitos no Hospital das Clínicas, além das novas unidades de UTI abertas no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb).
O projeto Saúde Itinerante, que leva saúde às regiões mais isoladas do Acre, também foi motivo de comemoração. “Não é um serviço do qual o médico participa, vai aos municípios, avalia rapidamente, dá um remedinho e parou aí. É um serviço no qual levamos as especialidades, realizamos todas as etapas de investigação e tratamento e só liberamos o paciente com ele saudável”, ressalta Suely. Só este ano o Saúde realizou cerca de 40 mil procedimentos médicos para 17 mil pessoas.
Cruzeiro do Sul também retrata avanços como o futuro aumento de sete para dez vagas na UTI do Hospital do Juruá. E Brasileia se prepara para receber em 2014 seu hospital completo, num investimento de mais de R$ 50 milhões. Suely também atentou que, no total, o Sistema Público de Saúde realiza cerca de cinco mil atendimentos no Estado por mês. “Ainda temos problemas e desafios a serem superados. Mas temos feito um bom trabalho, ainda que diante de uma crise econômica gigantesca. Mesmo que sempre uma árvore caindo faça mais barulho que um bosque crescendo”, compara Suely.
Seguindo a rodada de avaliações, o diretor do Hospital das Clínicas, Carlos Eduardo Alves, apresentou alguns dos avanços e números do maior hospital do Estado, que hoje conta com 1.250 servidores. O hospital comemora a reforma e ampliação dos seus laboratórios de análises clínicas, mas se preocupa com o número alto de 15% a 20% de faltas dos pacientes nas consultas médicas especializadas agendadas.
Só o HC realizou 9.500 cirurgias de média e alta complexidade este ano, com redução drástica de muitas das filas de especialidades, como a de joelho. O número de pacientes de nefrologia passou para 219, mas a unidade, uma das mais modernas e bem amparadas do país, consegue dar conta de sua demanda tranquilamente, mesmo com os altos custos.
O hospital também se prepara para realizar o primeiro transplante de fígado da Região Norte já em janeiro do próximo ano. Hoje, 16 pessoas compõem a fila de espera por um fígado. Para Carlos Eduardo, os avanços que faltam é principalmente na parte humana. “Nós temos que ouvir o povo, perguntar o que eles estão precisando, o que querem mais. Ainda falta muito e estamos trabalhando para que ninguém seja atendido levianamente”, completou o diretor do HC.
O governador Tião Viana avaliou muito positivamente os avanços conquistados no Sistema Público de Saúde, mas sabe que muito ainda precisa ser feito. “Nós ainda podemos fazer tanta coisa melhor, de maneira simples, humana, sem precisar de tanto dinheiro. A saúde melhorou muito, mas ainda falta muito. E eu tenho certeza que vamos fazer de 2014 um ano ainda melhor para saúde do Acre”, disse.
Procon e Sejudh
Em seguida, a diretora do Procon, Vanuza Messias, apresentou alguns dos principais resultados obtidos pela instituição no ano de 2013. O Procon comemora quase 100% de suas metas determinadas para o ano atingidas, sendo a principal delas a adequação de 2.160 estabelecimentos comerciais à legislação voltada ao consumidor.
O Procon também realizou um intenso programa de palestras, algumas abertas, outras voltadas para públicos específicos. Entre os temas podemos destacar: direito do consumidor, cartão de crédito, consumismo na infância, superendividamento do idoso e tantas outras. A instituição também realizou no começo do ano uma reunião com 16 das 17 grandes escolas particulares de Rio Branco, explicando o que pode e o que não pode ser colocado na lista de material escolar das crianças, evitando assim possíveis desentendimentos com os pais e responsáveis.
Na parte institucional, o Procon realizou capacitações para seus técnicos, que chegam a contabilizar 200 atendimentos por dia. Além disso, cerca de 80% de todos os casos apresentados ao Procon do Acre foram resolvidos pela própria instituição. Este ano a instituição também começou a realizar fiscalização de estabelecimentos em eventos, como a Expoacre. E prepara investimentos para modernização da estrutura em 2014.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Nilson Mourão, começou sua apresentação afirmando: “Eu me sinto honrado por estar à frente dessa secretaria. É uma pasta com diversos assuntos polêmicos e de poucos recursos financeiros, mas é minha missão e nossa equipe tem feito o máximo possível”.
Logo depois, Nilson Mourão explicou que a Sejudh desenvolveu em 2013 trabalhos em todos os municípios acreanos, menos Manoel Urbano e Epitaciolândia. Ao todo, as ações da secretaria chegaram a 10.981 pessoas, sendo que oito mil passaram a fazer parte do cadastro oficial.
A Sejudh hoje possui um corpo de apenas 61 servidores para cumprir as metas de promoção e defesa dos direitos humanos. Entre os serviços de responsabilidade da secretaria hoje há o de proteção a pessoas ameaçadas de morte, num convênio com o governo federal de mais de R$ 1 milhão, o maior da Sejudh.
Nilson Mourão também comemora que hoje o Acre erradicou o sub-registro de nascimento, num trabalho em parceria com os cartórios. Menos de 5% das crianças acreanas não têm certidão de nascimento, atendendo ao limite estipulado pela Organização das Nações Unidas. O secretário também ressaltou um pouco da situação dos haitianos que migram para o Brasil pelo Acre. Desde que a migração começou, os governos federal e estadual já gastaram mais de R$ 7 milhões com a situação e cerca de 13 mil imigrantes atravessaram a fronteira. A questão ainda permanece em aberto, mesmo com a redução do fluxo migratório.