Mundo da Leitura

Governo atinge meta de 60 mil atendimentos no programa Quero Ler

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Lançado no fim de 2015, o programa Quero Ler tem como finalidade alfabetizar, nos 22 municípios acreanos, mais de 60 mil jovens e adultos que, por algum motivo, não tiveram a oportunidade de frequentar um banco de escola.

Até o fim de novembro, as últimas turmas serão encerradas em Rio Branco, e no dia 14 de dezembro o fechamento das turmas em 19 municípios. Em Brasileia e em Acrelândia, não houve procura de alunos para a realização nesta última etapa.

Com esses atendimentos, a taxa de analfabetismo, que em 2015 estava em torno de 15%, poderá chegar a 4%, o que, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), tornará o Acre território livre de analfabetismo.

Programa Quero Ler chegou aos 22 municípios acreanos (Foto: Alexandre Noronha/Arquivo Secom)

“Estamos dando um grande passo na educação, que é alfabetizar milhares de pessoas que ainda não sabem ler nem escrever. E e o que estamos fazendo é um exemplo para o restante do país, porque não estamos ensinando apenas a leitura e a escrita, é mais que isso, estamos formando cidadãos pensantes, com senso crítico, capazes de interpretar o mundo a sua volta, em todas as suas nuances”, disse o secretário Marco Brandão.

Cada etapa do Quero Ler tem duração de cinco meses, e os alunos tem três horas/aula por dia, perfazendo um total de 300 horas/aula. A partir daí, o estudante está capacitado para dar continuidade aos estudos e ingressar na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA).

“O aluno sai com o domínio da escrita e da leitura, pronto para ingressar na EJA. Um dos principais objetivos do Programa é trabalhar a autoestima dos alunos, além, claro, de erradicar o analfabetismo em nosso Estado”, faz questão de dizer a professora Augusta Rosas, coordenadora geral do Quero Ler.[/vc_column_text][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”238914″ parallax_speed_bg=”1″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1521579302032{margin-top: -100px !important;}”][vc_column el_class=”white”][vc_custom_heading text=”“Foi um presente“” font_container=”tag:h2|font_size:40px|text_align:center” google_fonts=”font_family:Fira%20Sans%3A300%2C300italic%2C400%2C400italic%2C500%2C500italic%2C700%2C700italic|font_style:700%20bold%20regular%3A700%3Anormal”][vc_column_text]A professora Francisca Aragão é uma das principais entusiastas do Quero Ler no município de Tarauacá. Quando recebeu o convite do governador Tião Viana e do secretário Marco Brandão para coordenar o programa, fez questão dizer que estava recebendo um “presente”.

Ela já trabalhou com diversos programas de alfabetização, alguns inclusive em parceria com instituições públicas e privadas. Quando assumiu a Secretaria Municipal de Educação em 1997, o índice de analfabetismo chegava a 68,8% da população adulta. Quando entregou o cargo, em 2002, esse índice foi reduzido para 22,9%.

“Quando o governador Tião Viana anunciou o Programa Quero Ler, de imediato me coloquei à disposição para ajudar e encontrei o professor Francisco “Moço”, que também é um professor de origem rural e apostamos nossas fichas no sucesso desse programa”, disse.

Para a coordenadora, o Quero Ler é uma oportunidade de retribuir a generosidade que recebeu de pessoas quando chegou na cidade de Tarauacá aos dez anos de idade, quando encontrou pessoas que a acolheram e a ajudaram em sua formação.

“O que mais me incomoda é quando chego no Banco e vejo aquelas pessoas idosas pedindo a um e a outro para ver saldo, para fazer um saque e isso acontece diariamente. Então esse despertar para a cidadania representa a liberdade das pessoas porque alfabetizar alguém, dá a ela uma caneta e ela ler e escrever, isso é libertário”, frisou a professora.

Por isso, muito mais do que um compromisso profissional, proporcionar cidadania e dar liberdade através das letras às pessoas, é um compromisso pessoal que ela transmite à toda a equipe que está envolvida na alfabetização de jovens e adultos em Tarauacá.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”247750″ parallax_speed_bg=”1″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”“Não vou mais melar meu dedo de tinta“” font_container=”tag:h2|font_size:40px|text_align:center” google_fonts=”font_family:Fira%20Sans%3A300%2C300italic%2C400%2C400italic%2C500%2C500italic%2C700%2C700italic|font_style:700%20bold%20regular%3A700%3Anormal”][vc_column_text]Dona Vicencia Matias de Almeida, de 77 anos, é moradora do município de Feijó e uma animada e atenta aluna da quarta etapa do Programa. Exemplo de vida, ela incentiva outros alunos a aprender a ler e a escrever.

O grande incentivo de dona Vicencia a procurar o Programa Quero Ler foi a vergonha que passava, segundo ela, toda a vez que ia ao Fórum da cidade. “Quando a gente ia para o Fórum, no meio da sociedade, tacava o dedo lá naquela tinta e eu achava muito feio. Mas essa vergonha eu não passo mais porque já aprendi a fazer o meu nome”, faz questão de dizer.

Sua história não é muito diferente de outras. Assim como tantas experiências, também nasceu em um seringal, o Macau, no município de Tarauacá. Viveu até os 13 anos em uma colocação chamada Areia e ainda morou no seringal São Domingos. Em Feijó, foi trabalhar “na casa dos outros”, como ela mesmo diz, para sustentar os filhos.

Dona Vicencia diz que não vai mais passar vergonha quando for ao Fórum (Foto: Arquivo SEE)

Para ela, o que mais chama a atenção é que hoje dia em todo o lugar é possível estudar, bem diferente do seu tempo de juventude, quando as condições eram precárias e não havia acesso à escola como hoje. “Eu, por exemplo, nunca estudei porque sempre morei na zona rural”, disse.

Alguns fatores são importantes, na sua avaliação, para que a pessoa possa aprender a ler e a escrever. O primeiro é o esforço, a vontade própria de cada um, mas ela destaca que a oportunidade dada pelo governo do Acre é fundamental. “Essa programa foi uma grande vantagem dada pelo governo para quem não sabe ler, porque se não fosse ele a gente não iria aprender”, destaca.

Entre os formandos da turma do Quero Ler de Sena Madureira estava a senhora Maria Dias dos Santos, de 61 anos. Filha de um regatão e casada com um regatão, Maria não teve a oportunidade de estudar quando jovem. Com quatro filhos, todos já formados, ela viu a oportunidade no programa e pensou “Por que não?”. Acabou participando de uma turma em que a professora foi sua própria filha.

“Eu trabalhei 27 anos fazendo salgadinho e hoje tenho todos os filhos formados. E agora com todos os filhos criados, eu entrei no Quero Ler e vou continuar estudando. A experiência foi muito boa. A gente conhece amigos e tudo foi muito bom. Eu amei e a professora ainda foi minha filha, então a coisa ficou melhor”, conta a simpática senhora.

Também formando da turma, Apolinário da Costa, de 75 anos, fez questão de agradecer ao governador pela oportunidade. “Tem gente que diz que papagaio velho não aprende a falar, mas eu aprendi. Meu pai dizia que enquanto houver fé, há esperança. E foi através desse governo que eu aprendi a ler e escrever, que eu aprendi qual assento vai na ‘vovó’ e qual vai no ‘vovô’”, brinca o senhor[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”352160″ parallax_speed_bg=”1″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1521579302032{margin-top: -100px !important;}”][vc_column el_class=”white”][vc_custom_heading text=”“Eu era cego, mas agora estou enxergando“” font_container=”tag:h2|font_size:40px|text_align:center” google_fonts=”font_family:Fira%20Sans%3A300%2C300italic%2C400%2C400italic%2C500%2C500italic%2C700%2C700italic|font_style:700%20bold%20regular%3A700%3Anormal”][vc_column_text]A frase já foi dita por outros milhares de alunos do Programa Quero Ler e também repetida por Francisco Brasilino da Cruz, que participa das aulas de alfabetização ofertadas pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação e Esporte (SEE), no município de Acrelândia.

Aos 42 anos, ele nunca teve a oportunidade de freqüentar um banco da escola. Natural de Tarauacá, passou sua infância e juventude nos seringais da região e nas colônias, ajudando o pai no sustento da casa. Há quase 20 anos morando em Acrelândia, sua rotina de trabalho não mudou muito.

Atualmente, ele é vigia do núcleo da SEE no município e, incentivado pelo coordenador, professor Weiga de Menezes, agora freqüenta as aulas em uma das turmas do Programa que funcionam na Escola Marcílio Pontes dos Santos.

Francisco Brasilino: “agora estou enxergando” (Foto: Arquivo SEE)

Ele já sabe assinar o nome, o que o deixa muito feliz. “É muito ruim quando a gente chega em um lugar e tem que ficar pedindo aos outros para ler as coisas”, faz questão de dizer. Animado com os estudos, diz que vai dar continuidade e, no ano que vem, pretende se matricular no Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O depoimento do professor Aparecido Cerdeira, durante a aula inaugural da segunda fase do Programa Quero Ler, realizada no auditório da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE), chamou a atenção de todos os presentes. Ele, que alfabetiza doze pessoas no Residencial Cabreúva, região da Baixada da Sobral, em Rio Branco, foi enfático ao afirmar que o Quero Ler mudou sua vida. “Foi um divisor de águas.”

Ele conta que quando entrou como alfabetizador não tinha nenhuma expectativa. “Com o tempo, o Quero Ler não melhorou apenas a vida das pessoas que buscam o conhecimento das letras, mas a minha própria. Por meio do programa, mudei a mente.”

Professor Cerdeira: “Quero Ler mudou também a minha vida” (Foto: Arquivo SEE)

Cerdeira estuda na Universidade Federal do Acre (Ufac) e faz o curso de Letras/Espanhol. “A partir de agora, dessa experiência de poder lecionar no Quero Ler, quero ser professor, vou fazer uma nova formação pedagógica e atuar nessa área”, fez questão de dizer.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]