Governo assina termo para fabricação de máscaras descartáveis no presídio feminino

O Governo do Estado do Acre firmou, por meio da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), um termo de cooperação que irá possibilitar a confecção de máscaras descartáveis. A mão de obra utilizada será a de apenadas da Unidade de Regime Fechado Feminina de Rio Branco.

O termo, que foi assinado no Gabinete Civil, nesta sexta-feira, 27, garante a produção diária de 200 máscaras descartáveis. O material será produzido em TNT de gramatura entre 70 e 80, que tem as mesmas especificações das máscaras produzidas de forma industrial. As máscaras serão distribuídas entre as instituições que compõem o Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp).

O termo foi assinado pelo governo, por meio da Sejusp e do Iapen Foto: Diego Gurgel

O governador Gladson Cameli aproveitou o momento para parabenizar a atitude das instituições pela parceria firmada no combate ao coronavírus.

“Essa parceria é mais importante para o estado do que para quem está nos ajudando. Porque é uma forma de valorizar e saber que nós temos uma mão de obra já pronta e que quer uma oportunidade e eu digo que, às vezes, muita situação que leva a pessoa a ir para o crime é a falta de oportunidades”, disse.

Ele ressaltou que, com o trabalho das presas, além da disponibilização de equipamento de proteção individual, famílias serão beneficiadas, já que as detentas receberão uma bolsa referente a três quartos do salário mínimo.

Diariamente serão produzidas 200 máscaras Foto: Iapen/AC

O presidente do Iapen, Arlenilson Cunha, explicou que o Instituto oferecerá a mão de obra das apenadas e a Sejusp arcará com os insumos. “Além da remuneração, as presas terão a oportunidade de remissão da pena. A cada três dias trabalhados implica em um dia a menos na pena, como prevê a Lei de Execuções Penais. É uma iniciativa do Sisp no sentido de alcançar essas pessoas e conseguir dar uma assistência às famílias”.

A confecção

De acordo com o diretor da unidade, Marcelo Lopes, o trabalho é baseado em experiências de outros estados onde, com auxílio da vigilância sanitária e de equipes de saúde, chegaram a um protocolo para a produção. “São quatro presas trabalhando em um ambiente devidamente preparado e higienizado, evitando o fluxo de muitas pessoas. Essas detentas também utilizam máscaras e luvas durante a confecção”, disse.

As detentas confeccionam as máscaras dentro da própria unidade Foto: Iapen/AC

Cada metro do tecido é suficiente para a produção de 30 máscaras que, como as comercializadas no mercado, são descartáveis e precisam ser substituídas constantemente. Seis presas trabalharão na produção do material.

A detenta Janete Patrícia afirmou se sentir útil neste momento de colaboração. “Eu me sinto muito feliz em estar fazendo esse trabalho e estar contribuindo com a sociedade no combate ao corona vírus. Me sinto lisonjeada, porque esse trabalho é muito útil. Para mim, é uma grande felicidade”, ressaltou.

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