O Ramal Três, do Projeto Santa Luzia, é um dos mais populosos e de maior produção agrícola de todo o Vale do Juruá. Somente o eixo principal tem 64 km, além de dezenas de quilômetros de 14 ramais secundários. Na região habitam 1.864 famílias. Durante os governos de Jorge Viana e Binho Marques foram asfaltados 15 quilômetros e, agora, no mandato do governador Tião Viana, mais dez quilômetros são concluídos.
Segundo o engenheiro responsável pela obra, Emanoel Carvalho, apesar da dificuldade causada pelo tempo chuvoso, foram realizados todos os serviços de movimentação de terra – dentro do prazo previsto – e o serviço de pavimentação está adiantado, com cerca de 40% concluído.
Ainda foram construídas duas pontes – uma de 16 metros e outra de 18, respectivamente –, além de duas galerias, uma simples de 2 x 2 metros e outra dupla, com a mesma metragem, além de 32 linhas de drenagem com bueiros. “Em vista do recesso de final de ano temos previsão de entregar a obra em fevereiro” disse o engenheiro.
Impacto na vida comunitária
A agricultora Francisca Silva de Souza mora há 20 anos no ramal e exclama: “Graças a Deus chegou o asfalto. Agora, morar aqui é a mesma coisa que morar na rua [cidade]. A gente sai a uma hora [13 horas] de casa e às quatro [16 horas] já está de volta”.
Francisca tem 44 anos e dez filhos. Ela conta que andou muito a pé no ramal e ainda carregando os filhos na rede. Em casos de doença ou quando as mulheres iam para maternidade na hora do parto era grande a dificuldade. Agora, relata que tudo vem à porta de casa, sejam os vendedores de mercadorias ou compradores da produção.
Darci Mendes dos Santos, agricultor e presidente da Associação Igarapé Branco, uma das seis existentes na região, agradece a sensibilidade do governador: “Há 30 anos que a gente está aqui sofrendo. Para nós, a coisa mais importante que o governador já fez até hoje foi tirar a gente da lama. Ele prometeu que iria fazer estes dez quilômetros de asfalto; quase ninguém acreditava, mas, para quebrar a cara dos que não acreditavam, está quase pronto”, disse.
Santos avalia que o impacto do asfaltamento na vida da população local vai além do conforto e da mobilidade e terá influência também no incremento da produção agrícola. A região é grande produtora de milho, arroz, feijão, mandioca e farinha. E tem muita gente se dedicando ao plantio de hortaliças. “Vai crescer a produção; não tem como a comunidade se desenvolver se não tiver estrada. Agora, a gente já pode vender nossas verduras na cidade facilmente”, calcula o agricultor.
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A região também está se tornando uma grande produtora de mel de abelhas sem ferrão e entrando na atividade de extração de óleos vegetais como o de buriti e de patoá.
O ramal pavimentado também terá impacto positivo sobre a educação, segundo Darci dos Santos, por facilitar o acesso dos alunos às escolas. Ele disse que, antigamente, as escolas da região eram uma “porcaria”, mas, com as últimas gestões, todas as escolas foram reformadas.
“Na nossa comunidade mesmo – do Igarapé Branco – não dava nem para olhar para escola; hoje temos escola nova – com professores capacitados e acesso pavimentado. E podemos acompanhar os estudos de nossos filhos até o ensino médio. Acho que não existe coisa mais importante do que isso para o agricultor”, relata Darci.
No sábado, conta o presidente, será realizado um churrasco na sua casa para comemorar a chegada do asfalto. Tá todo mundo convidado!