A Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex) passa por sete municípios acreanos e é a moradia de mais de duas mil famílias, que vivem de atividades como a piscicultura, exploração da borracha, cultivo da castanha, roça de subsistência e criação de pequenos animais. Com investimentos e apoio do banco alemão KfW, o governo do Acre incentiva esses trabalhadores e fortalece a economia florestal e o desenvolvimento sustentável.
A comunidade é beneficiária do Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais (Sisa), lei que foi criada com o objetivo de valorizar economicamente a conservação do meio ambiente, incentivando os serviços ecossistêmicos.
Para gerar conhecimento sobre aspectos socioeconômicos e ambientais dentro da reserva, o Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC) criou o projeto Sinal Verde. Por meio de um termo de cooperação assinado entre o IMC e o Global Canopy Programme (GCP), o Centro dos Trabalhadores da Amazônia (CTA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o projeto é realizado em 50 seringais da Resex.
Antônio de Oliveira é um desses monitores, além de presidente da Associação de Moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes, em Sena Madureira (Ampresema).
Para ele, o Sinal Verde é uma grande oportunidade de aprendizado. “Nós aprendemos e podemos ensinar os outros moradores. Para nós, é importante que essa confiança seja depositada no nosso trabalho, e assim nós mesmos podemos fazer a vigilância dessas áreas. A gente quer muito que o projeto continue”, declarou.
Os membros da comunidade foram capacitados para preencher um banco de dados, com informações sobre saúde, educação e bolsa verde, entre outras. O projeto é parte da estratégia de monitoramento participativo do Sisa.
Para a diretora-presidente do IMC, Magaly Medeiros, além de tudo, o projeto contribui de maneira significativa para o impacto das políticas públicas na comunidade.
“Trata-se de uma iniciativa pioneira no Acre, em que os próprios moradores fazem o acompanhamento do projeto. É um componente muito importante para alcançarmos os resultados necessários. Por meio dele, garantimos a conservação da floresta e seu uso sustentável, além de ajudar a aferir os resultados do programa Redd [Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação]”, disse.
Segunda fase
Na última semana, os monitores participaram de uma oficina no Seringal Cachoeira, em Xapuri, para troca de experiências e discutir o processo de construção da segunda fase do programa.
“Foi um momento muito importante, em que nivelamos as informações sobre o Sisa. É uma comunidade de beneficiários do sistema, que também são provedores, uma vez que eles estão contribuindo para reduzir o desmatamento e mitigação das mudanças climáticas”, explicou Magaly.
O projeto, que também é conhecido como Monitoramento Comunitário ou Participativo, é realizado há um ano e conta com a participação de 40 jovens, que usam o celular smartphone e geotecnologias para coleta de informações e observações em mapas para ajudar no fortalecimento da gestão de recursos florestais.