Governo aposta na cadeia do mel para impulsionar produção sustentável no Chandless

Com quase metade do território composto por áreas protegidas, o Acre tem apostado numa produção de base diversificada e sustentável para gerar renda nas comunidades tradicionais, priorizando atividades que não exercem pressão sobre a floresta, como a meliponicultura – criação de abelhas sem ferrão, para produção de mel artesanal.

Impulsionando a atividade desde 2011, por meio da agricultura familiar, o governo do Estado ofertou o curso de meliponicultura às famílias que residem no Parque Estadual Chandless, unidade de conservação (UC) gerida pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema).

A atividade necessita de floresta conservada para ser realizado, o que contribui com a taxa de redução do desmatamento, que na última década caiu 66% no Acre. “A meliponicultura não demanda despesas com manejo e tem mercado garantido, se apresentando como excelente atividade produtiva para os comunitários”, frisou Anselmo Forneck, técnico em Apicultura e Meliponicultura da Secretaria de Estado Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof).

O mel produzido pelas abelhas sem ferrão tem cinco vezes mais propriedades antibióticas, agregando ainda mais valor de mercado na indústria farmacêutica e alta gastronomia.

Rico em biodiversidade e com suas reservas naturais preservadas, o Parque Estadual Chandless é o segundo maior da Região Norte. No local o Estado tem fomentado atividades econômicas sustentáveis, como o turismo científico, observatório de aves, cultivo de açaí, produção de mel, entre outras agriculturas de baixo carbono.

O mel produzido pelas abelhas sem ferrão tem cinco vezes mais propriedades antibióticas, agregando ainda mais valor de mercado na indústria farmacêutica e alta gastronomia (Foto: Cedida)

Programa do Mel

O alto valor de mercado e a contribuição socioambiental que a atividade de criação de abelhas agrega, despertou o interesse do governador Tião Viana que desde o início de sua primeira gestão investe no programa de incentivo à cadeia produtiva do mel, com 1.200 famílias acreanas beneficiadas.

Os investimentos do Estado já ultrapassam R$ 600 mil, por meio do Programa Global REM (REDD Early Movers – pioneiros na conservação). No ano passado, o Acre produziu 20 toneladas de mel. Um litro do produto, oriundo da meliponicultura, custa, em média, R$100. Cada produtor fatura cerca de R$1.250 mensais.

Atividade não só pode ser associada a outras práticas agrícolas, como também deve, já que as abelhas são animais polinizadores, ou seja, transferem pólen entre as flores masculinas e femininas, auxiliando no cultivo de plantações de frutas, legumes, grãos e etc. Esta polinização é indispensável para o equilíbrio do ecossistema, onde 80% das plantas se reproduzem por meio disso.

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