Mudanças climáticas, eventos naturais extremos e impactos do desmatamento. Esses são assuntos discutidos no mundo inteiro. Há algum tempo o poder público busca caminhos para conter o avanço do desmatamento ilegal e das queimadas, visando a redução das emissões de gases de efeito estufa e, portanto, a despressurização das áreas de floresta.
No Brasil, governo e sociedade civil voltam os olhos para o maior bioma terrestre do país: a Amazônia Legal. Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e parte do Maranhão compõem essa região, que representa quase 60% do território brasileiro.
Na última sexta-feira, 14, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgou a última revisão das taxas de desmatamento na Amazônia, apontando uma redução de 82% ao longo da última década. Os dados mostram também uma grande variação entre os Estados, retratando a realidade de algumas regiões.
No caso do Acre, os pequenos desmatamentos ainda representam um grande percentual. Eles ocorrem nas pequenas propriedades, entre a maioria projetos de assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Uma vez que a análise realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), considera como área mínima 6,25 hectares, esses pequenos desmatamentos foram se acumulando ao longo dos anos e apareceram somente quando somados aos limites de terra estabelecidos pelo Inpe.
Buscando combater o avanço dessas práticas nas áreas de floresta, o governo do Estado vem investindo em políticas públicas que contemplem os produtores da agricultura familiar. A Política de Valorização do Ativo Ambiental é a grande aposta do novo modelo de desenvolvimento econômico e sustentável do Acre, a fim de garantir o aproveitamento das áreas abertas (13%) e o uso sustentável das florestas (87%), apoiando a regularização fundiária e ambiental.
A consolidação das cadeias produtivas, a valorização florestal e o avanço no sistema de compensação dos serviços ambientais são pilares que impulsionam a economia e aos poucos garantem que não haja futuros desmates.
Integração a favor do meio ambiente
Para fortalecer as ações de combate ao desmatamento ilegal e as queimadas o governo do Estado instituiu, este ano, uma força-tarefa contando com a participação de órgãos estaduais, federais, organizações não-governamentais (ONG) e a sociedade civil.
O grupo organizou uma agenda de trabalho que visa fiscalizar e penalizar ações ilícitas e danosas ao meio ambiente, em contrapartida o governo ampliou o acesso dos pequenos produtores a programas produtivos sustentáveis, que garantam a renda familiar e a conservação das áreas naturais.
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Edegard de Deus, responsável pelo núcleo de inteligência e monitoramento da força-tarefa, aposta em resultados positivos. “Contamos com o apoio de um governo que apostou na união de forças para alcançarmos o público que precisa desse atendimento: os pequenos produtores do Estado. Temos certeza de que essa integração entre os grupos, o acesso às políticas públicas de inclusão e a inscrição desses produtores no Cadastro Ambiental Rural vão nos garantir uma maior proteção das nossas florestas e da nossa população”, disse.