Governo apoia a produção de hortaliças em Mâncio Lima

Horticultores querem fazer de Mâncio Lima referência na produção de verduras (Foto: Flaviano Schneider)

Horticultores querem fazer de Mâncio Lima referência na produção de verduras (Foto: Flaviano Schneider)

Mâncio Lima já é referência na criação de peixe no Vale do Juruá e agora aposta na produção de hortaliças para também se destacar e abastecer a região. O governo do Estado participa da iniciativa e nesta quarta-feira, 6, entregou a 17 produtores, por meio da Secretaria dos Pequenos Negócios (SEPN), kits para horticultura no valor individual de R$ 5 mil.

O kit contém uma lona plástica de 5 x 24 metros, totalizando 120 metros quadrados, além de madeira e pregos para montagem da estufa, regadores, pulverizadores, 100 metros de mangueira para irrigação e moto-bomba.

O secretário de Articulação Institucional, José Fernandes do Rego, e a coordenadora regional da SEPN, Ireni Uchoa, participaram da entrega, juntamente com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mâncio Lima (STRML), Francisco Ribeiro, além de representantes da Consulplan, empresa que presta assessoria técnica, ambiental e social aos produtores que moram em projetos de assentamento do Incra.

O presidente do STRML agradeceu ao governo pela estrutura que está sendo montada em Mâncio Lima para a produção de hortaliças: “É bom para o governo, para a população e para o mercado, porque produzir mais é a solução para baixar o preço”, disse.

Professor Rego (de pé) afirmou que a prioridade para a produção está prevista no plano de governo (Foto: Onofre Brito)

José Fernandes do Rego (de pé) afirmou que a prioridade para a produção está prevista no plano de governo (Foto: Onofre Brito)

Ribeiro contou que, dos 17 agricultores que receberão estufas, 80% são novos na atividade – alguns apenas produziam para as próprias casas. E lembrou que o governo já investiu na produção de hortaliças no município, mais especificamente no bairro Pé da Terra, que hoje é um dos bairros mais produtivos da cidade, garantindo o fornecimento de hortaliças para Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves. Com esse novo investimento do governo, o número de horticultores em Mâncio Lima saltará para cem.

Em relação ao peixe, segundo informação de Ribeiro, Mâncio Lima tem 224 açudes produzindo, 90 dos quais construídos no ano passado e na expectativa da primeira safra: “Em 2014 e 2015 queremos sair daqui com 500 toneladas anuais”, previu.

Outro grande investimento está sendo feito no Projeto de Assentamento Florestal (PAF) Havaí, criado para que os assentados tirassem sua renda da madeira, regularizada e toda documentada. Assim, foi feito um plano de manejo individual para os 120 assentados, referente a três hectares que cada um poderia desmatar neste ano, totalizando quatro a cinco mil metros cúbicos de madeira, e cada um deles receberá algo em torno de R$ 2,8 mil neste ano. A partir do próximo ano, o projeto será coletivo, podendo ser extraídos 20 metros cúbidos por lote, o que geraria uma renda mensal de R$ 800 a cada assentado.

Produção é prioridade

Segundo José Fernandes do Rego, a prioridade do Estado pela produção é absoluta e já vem desde a elaboração do plano de governo: “Hoje, só a SEPN, criada na gestão atual, já montou sete mil pequenos negócios no Estado, e vamos chegar ao fim do governo com 20 mil. Além disso, há o fomento aos pequenos agricultores dentro de uma perspectiva do programa ‘Acre Sem Miséria’”, afirmou.

O secretário explicou que o governo oferece a capacitação profissional e de gestão, organiza as comunidades e doa os kits: “Isso está dando um alento grande para a produção, aumentando a renda dos produtores e criando um novo ânimo, uma nova economia”.

“Não moro em cima de pedra, por isso sempre tive minhas verduras. Agora quero produzir para vender também”, disse a agricultora Maria Lúcia (Foto: Onofre Brito)

“Não moro em cima de pedra, por isso sempre tive minhas verduras. Agora quero produzir para vender também”, disse a agricultora Maria Lúcia (Foto: Onofre Brito)

A trabalhadora rural Maria Lúcia Matias da Silva recebeu seu kit. “Não moro em cima de pedra, por isso sempre tenho uma plantação de verduras em casa. Agora, se eu continuar direitinho com minha estufa, acho que vou ter meu dinheirinho, pois onde moro ninguém tem verdura. Não preciso nem ir para o mercado, vendo em casa mesmo. Tenho fé em Deus de que tudo vai dar certo”, aposta.

A Fazenda Esperança, instituição ligada à Igreja Católica que trabalha na recuperação de dependentes químicos, também recebeu o kit. O coordenador da fazenda, Fábio Pereira Gomes, disse que a instituição tem que ser sustentável e a estufa já é um grande incentivo. A fazenda hoje conta com 20 internos, mas recentemente inaugurou novas instalações, de maneira que já pode abrigar mais dez dependentes.

Fábio relatou: “Estamos mantendo nossa fazenda junto com os internos, e por essa sustentação agradeço muito ao governo do Estado, ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais e à Secretaria de Pequenos Negócios. Além da horticultura, temos apoio do Estado em piscicultura, horta, avicultura, suinocultura, artesanato e plantio de coqueiros. Hoje é grande nossa parceria com o governo”.

O programa, que abrange a horticultura e outras cadeias produtivas como a do milho, piscicultura, ovinocultura, criação de pequenos animais e de abelhas nativas, é executado por via de convênio entre o governo do Estado e o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), totalizando R$ 10 milhões.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter