Resgate e preservação da memória, cultura e identidade de uma parte importante da história do Acre. É com essa intenção que o governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), anunciou na quinta-feira, 14, o início das obras do Memorial Wilson Pinheiro, em Brasileia, para a próxima segunda-feira, 18.
Avaliada em mais de R$ 156 mil, a reforma também contará com a revitalização do espaço, que sofreu com a enchente histórica de 2015. A previsão de entrega é de 90 dias.
“A ideia é que possamos deixar o máximo possível das madeiras originais, pois é um patrimônio do nosso estado. Além disso, vamos fazer um estudo para pintar com as mesmas cores, deixando o mais parecido possível com o que era”, explica a diretora-presidente da FEM, Karla Martins.
O recurso é fruto dos esforços do governo junto ao Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).
A operação de crédito – que é resultado de um aprimoramento do Programa de Inclusão Social e Desenvolvimento Econômico e Sustentável do Acre (Proacre) e dos bons índices alcançados pelo Estado na gestão de recursos – também possibilitará a reforma e revitalização de outros 17 espaços culturais do Acre, e é orçado num valor que chega a mais de R$ 12,5 milhões.
A prefeita de Brasileia, Fernanda Hassem, destaca o simbolismo da reforma para o município. “Isso demonstra a valorização de uma pessoa que tanto contribuiu para a história da nossa região e do país. Brasileia se sente muito privilegiada, pois o Wilson tem um grande legado, e nossas crianças e jovens poderão ter um contato maior com esse espaço”, salienta.
Quem foi Wilson Pinheiro
Wilson Pinheiro foi líder do “Mutirão contra jagunçada”, episódio em que centenas de trabalhadores marcharam contra bandidos que ameaçavam os posseiros da região. Fundou também o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasileia e foi membro da Comissão Municipal Provisória do Partido dos Trabalhadores na cidade.
Foi assassinado na sede do sindicato – que posteriormente virou o Memorial Wilson Pinheiro – em 21 de julho de 1980, a mando de latifundiários da região.
A filha do seringueiro, Hiamar Pinheiro, fala da gratidão pela reforma do espaço: “Esperei muito por esse momento, e agora, vendo o pontapé inicial de tudo isso, fico muito feliz, pois não é apenas a preservação da memória da minha família, é a valorização de um ponto importante da nossa história de luta”.