A sentença da Justiça Federal, publicada nesta segunda-feira, 9, confirmando a inocência dos cidadãos que foram denunciados e privados de liberdade na denominada operação G-7, deflagrada pela Polícia Federal, em maio de 2013, serve para que façamos uma reflexão profunda sobre o grave momento em que vivemos no país.
Essas pessoas tiveram as suas vidas atingidas por uma condenação antecipada pelos acusadores, que usaram a mídia como o tribunal da execração pública.
Ao passo que me sinto reconfortada com a sentença favorável, penso que não há como reparar todo o mal praticado contra pais de família, que dificilmente conseguirão seguir um ritmo normal, sem lembrar dos dias difíceis pelos quais passaram. Em minha experiência familiar tenho provas disso.
O ataque foi tão brutal, que ao menos dois acusados não conseguiram conviver com o peso das acusações e, lamentavelmente, não estão mais entre nós para ver a Justiça ser feita, ainda que depois de passados quase quatro anos.
Infelizmente, o que se vê hoje em nosso país é um processo de pré-julgamento midiático, que por vezes afronta o Estado Democrático de Direito e o Devido Processo Legal, em relação a mulheres e homens que exercem funções públicas ou simplesmente cidadãos e cidadãs, em prejuízo sempre, da Democracia.
A acusação não pode ser acompanhada da condenação prévia. É fundamental refletirmos sobre isso, para que novas injustiças não sejam cometidas.
Acompanhei todo o processo ao lado do governador Tião Viana. Fui testemunha da sua firmeza na defesa da honra do governo e dos membros da equipe, que tiveram os seus nomes envolvidos na Operação G-7.
O tempo revelou que ele tinha razão.
Finalizo reafirmando a minha confiança na Justiça, na democracia e externo a minha sincera solidariedade a todos que foram e são obrigados a conviver com as marcas deixadas pela injustiça.
Nazareth Araújo
Governadora em exercício do Estado do Acre