Governador vai propor atuação conjunta das Forças de Segurança para combater o narcotráfico

Durante o encontro dos governadores do Brasil, que acontece no próximo dia 27, em Rio Branco, o governador do Acre, Tião Viana, vai propor a atuação integrada das Forças de Seguranças dos Estados com a União, para fortalecer a fiscalização na área de fronteira na região amazônica.

Com mais 1.500 km de fronteira com Bolívia e Perú, o Acre está geograficamente na rota do narcotráfico, e igual aos demais estados da área fronteiriça, enfrenta dificuldades para cobrir tamanha região.

Tião Viana disse durante a conversa com os jornalistas, que seja criado o Sistema  Nacional de Segurança Pública, nos mesmos moldes do SUS, para que seja criada uma Força “Tarefa Nacional, com atuação específica nas fronteiras, com a participação ativa do Exército, Aeronáutica, Marinha e as policias dos estados.

A proposta do governador vem subsidiada pelo apoio de governadores dos estados da área de fronteira. Segundo o governador, os nove estados da Amazônia investem anualmente cerca de R$ 9 bilhões no combate ao narcotráfico na região, enquanto que o governo federal destina pouco mais de R$ 8 bilhões para o mesmo trabalho.

O governador disse que esse cenário precisa ser invertido, com mais investimento do governo federal e a participação das forças de segurança dos estados.

¨ Vamos propor a criação do fundo nacional de segurança púbica e uma ação de integração da inteligência com a polícia da União e as polícias estaduais para que nós possamos ter o devido controle. E que o fundo nacional possa assegurar as necessidades para a implantação desse modelo. E tem dinheiro. Tem doze bilhões de dólares retidos no Fundo Penitenciário Nacional que podem assegurar o financiamento dessas ações ¨, disse o governador.

Com a participação confirmada de 24 governadores brasileiros e 15 governadores de estados dos países da América da Sul, o Encontro de Governadores também vai debater a questão do Meio Ambiente. Para Tião Viana, uma coisa tem estreita ligação com a outra, porque as ações  dos grupos de narcotraficantes acontecem exatamente na parte brasileira da floresta amazônica.

No Acre, segundo o governador, o combate ao narcotráfico esbarra em uma questão geográfica: os rios. Na região do Juruá são oito mananciais, onde as forças de segurança do estado já fotografaram grupos de narcotraficantes com armamento pesado. De acordo com Tião Viana, os traficantes usam os rios como rotas para o transporte da droga até o território brasileiro, passando pelo Acre.

Na região do Purus e Alto Acre, além dos rios, as estradas vicinais servem de rota de fuga para os criminosos. No Acre são 1.800 km de fronteira. O estado, disse Tião Viana, enfrenta um drama com fronteiras abertas e sem fiscalização do estado, que não possui estrutura suficiente para patrulhar toda essa área.

¨ As fronteiras abertas desfavorecem o trabalho da policia. É um drama que nós temos de fronteiras abertas. O fato é que nós estamos pior que a Colombia nos anos 80.A droga entra por aqui e vai para os grandes centros até chegar na África e na Europa. Então é um problema que temos de enfrentar juntos ¨, destacou.

O Brasil é o segundo maior consumidor de drogas no mundo. O primeiro são os Estados Unidos.

 

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter