Governador Tião Viana entrega sete Ruas do Povo em Xapuri

Até  2014 todas as ruas de todas as cidades acreanas serão pavimentadas pelo governo do Acre

A Rua Laranjal foi entregue em setembro pelo governador Tião Viana aos moradores. De lá dá para ver o comércio de dona Raimunda Nonata Ferreira, de 53 anos. Ela perdeu as contas dos clientes que paravam na entrada da Rua João Cândio Gondim e desistiam de comprar alguma mercadoria. Tudo porque a Rua, além de esburacada, não dava a menor condição de trafegabilidade durante o inverno.  

Mas isso faz parte do passado. A João Cândido Gondim e mais seis ruas serão entregues nesta segunda-feira, 24, pelo governador Tião Viana e o diretor-presidente do Depasa (Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento), Gildo César, à população dos bairros Laranjal e Raimundo Hermínio de Melo. Dona Raimunda Nonata não vai mais perder clientes por causa da rua. Ao contrário, “agora estão vindo pessoas comprar aqui que a gente nunca tinha visto antes”, comemora.  

“Essa rua aqui (a João Cândido Gondim) era muito esquisita e quando chovia não dava para andar e eu não podia nem andar de bicicleta por causa da coluna. Mas agora está uma maravilha, muito boa mesmo essa obra que fizeram”, reconhece ela, que confessa ter criticado muito o marido quando comprou a casa há dois anos.  

As ruas que o governo do Estado estará entregando através do programa Ruas do Povo à população de Xapuri são: José Soares, Cabo Aldo, Guilherme Ferreira, Vinte de Janeiro, Cândido Pereira Castelo, João Cândio Gondim e Nações Unidas. Ao todo são três quilômetros de ruas completamente pavimentadas e que significam o fim do sofrimento, da poeira e da lama para os moradores.  

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Dona Raimunda Nonata é mais uma personagem de um universo de pessoas que não escondem a felicidade de ter agora uma rua com condições dignas (Foto:Assessoria Depasa)

Nesta primeira etapa do programa Ruas do Povo, o município de Xapuri está sendo contemplado com a pavimentação de ruas, perfazendo um total de quase oito quilômetros de pavimentação em tijolos entregue à população. Serão 28 ruas, num total de quase 17 quilômetros, que o governo do Estado pretende pavimentar.  

Dona Raimunda Nonata é mais uma personagem de um universo de pessoas que não escondem a felicidade de ter agora uma rua com condições dignas, um contraste frente ao sofrimento a qual muitas pessoas passavam, principalmente durante o inverno. No seu caso, a felicidade se reflete em números. Ela já sente a diferença no número de clientes que procuram o seu comércio. “Já perdi muitas vendas, mas agora com essa rua pavimentada não foi perder mais”, afirma.  

“Pensei que fosse sofrer por mais um inverno”
 

Lucimar Ribeiro da Silva tem 23 anos, mas a vida a chamou à responsabilidade muito cedo. Mãe de quatro filhos, ela ainda trabalha como auxiliar de serviços gerais, em um comércio da cidade, e tão acostumada com o sofrimento chegou a pensar que passaria mais um inverno na lama. Não precisou. A rua onde ela mora, a Cândido Pereira Castelo, é uma das sete que estão sendo entregues pelo governador Tião Viana aos moradores de Xapuri.  

O cotidiano de Lucimar com a rua é parecido com os dos seus vizinhos. Tinha muita dificuldade para sair e perdeu as contas das vezes que teve que carregar suas crianças no colo para não se sujar. “Eu mesma, para chegar ao trabalho tinha que colocar um short e trocava de roupa somente quando chegava à loja”, conta ela.  

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Lucimar Ribeiro da Silva e os quatro filhos (Foto:Assessoria Depasa)

Ela nunca desanimou. Sempre acreditou que um dia sua rua seria olhada com muito carinho pelos representantes do povo. Mas nem acreditava que pudesse ser tão cedo. “Eu via outras ruas sendo pavimentadas e dizia que um dia minha rua também receberia algum benefício”, afirma.  

“Não vendo minha casa por dinheiro algum”

A história de Silvanete Oliveira Teixeira, de 33 anos, com a rua onde mora, a Guilherme Ferreira, é bastante interessante. Há cinco anos, quando chegou ao local, comprou a casa de um senhor que resolveu se desfazer porque não agüentava mais as condições da rua. “Comprei bem barato e ainda consegui parcelar o pagamento, era a vontade do ex-proprietário se desfazer do imóvel”, conta.  

Mas antes de descansar na varanda da sua casa, ela também passou por bons bocados com a falta de trafegabilidade da rua. Mãe de três filhos, ela conta que os meninos já deixaram de ir à aula porque não dava para sair quando chovia. E exatamente por isso que ela quase vendeu a casa este ano. “A vontade foi muito grande. Mas por causa da pavimentação que chegou até a nossa rua não vou mais vender a minha casa. Aqui é uma maravilha”, afirma.  

Silvanete trabalha na creche Olhar de Criança, ligada à Igreja Católica, e ainda lembra os percalços que enfrentou no inverno deste ano. Como a rua alagava, tiveram que improvisar tábuas para que os moradores não ficassem completamente isolados. “Até para andar de bicicleta era muito difícil. O caminhão do lixo, por exemplo, chegou a ficar atolado aqui em frente de casa quase uma semana porque não conseguia sair”, diz.  

Otimismo acima de tudo  

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Elias Braga dos Santos é autônomo e tem um carrinho de lanche acoplado a uma bicicleta com a qual garante sua renda e o sustento de sua família (Foto:Assessoria Depasa)

Apesar do sofrimento, os moradores de Xapuri esbanjam otimismo. É o caso do seu Elias Braga dos Santos, de 49 anos. Ele é autônomo e tem um carrinho de lanche acoplado a uma bicicleta com a qual garante sua renda e o sustento de sua família. Antes do Programa Ruas do Povo, sair de casa e percorrer várias ruas por dia não era tarefa das mais simples.  

Mas ele venceu obstáculos e o governo do Estado o ajudou para isso. Seu Elias já sente a diferença quando sai às ruas para vender seus sucos e seus salgadinhos. “Agora não tem nem como comparar. As ruas estão muito boas, acabou a lama e se chover a gente não precisa ficar mais sem trabalhar”.  

Não foi sempre assim. Ele lembra que no inverno se vivia uma situação de extrema dificuldade. Q uando chovia, para se ter uma ideia, passava pela beirada da rua até chegar ao asfalto. Isso quando dava, porque não era sempre que as condições da rua favoreciam seu trabalho. “Muitas vezes tinha quer erguer a bicicleta se quisesse sair para trabalhar”, recorda. 

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