Governador interino visita obras de indústria de leite longa vida e estação de melhoramento

Pedro Ranzi conheceu a cadeia produtiva do leite no Acre, que dará salto de qualidade com produtores capacitados e animais melhorados

O governador do Acre em exercício, Pedro Ranzi, visitou nesta sexta-feira, 7, as obras de implantação da Laticínios da Amazônia, que irá produzir leite longa vida em Rio Branco, e a Estação de Melhoramento e Difusão de Genética Animal (EMDGA), localizada na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Acompanharam o governador, o Chefe do Gabinete Civil, Edson Manchini, e o secretário de Agricultura e Pecuária, Mauro Ribeiro.  Os dois empreendimentos integram a cadeia produtiva do leite no Acre, que tem 18 mil pequenos produtores de leite. Quando consolidada – com animais de qualidade, manejo correto e industrialização – o primeiro elo dessa cadeia, o produtor, terá possibilidade de obter renda de até R$ 2,1 mil por animal ao ano.

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Estação de Melhoramento foi instalado na sede da Embrapa – Acre
(Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A Indústria de Leite longa Vida Shefa terá investido cerca de R$ 20 milhões quando a empresa Latícinios da Amazônia estiver em plena operação. O Programa de Promoção de Negócios, iniciativa do Governo do Estado, investe R$ 1 milhão no projeto. A expectativa é de processar 200 mil litros de leite ao dia (numa primeira fase serão 50 mil litros/dia) envolvendo de  cerca quatro mil produtores.  O empreendimento, que vai gerar 120 empregos, está sendo construído no Novo Distrito Industrial, segundo distrito de Rio Branco, e foi lançado na Expoacre 2009. A previsão é que as operações comecem em dezembro próximo.  "Esse trabalho é pensado. Há uma mudança de paradigma", avaliou o governador interino após assistir a uma exibição de slides sobre o sistema de melhoramento genético na Embrapa.

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Estação melhora qualidade do rebanho leiteiro com a transferência de embriões e fertilização in vitro (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A indústria vai comprar leite em um raio de até 800 quilômetros, podendo alcançar Cruzeiro do Sul e até Rondônia e Amazonas.  Atualmente a produção de leite no Acre é de 60 mil litros por dia. Para garantir a expansão da bacia leiteira, Governo do Estado e instituições financeiras se unem para a concessão de crédito e assistência técnica.

A Embrapa mantém uma importante parceria com o Governo do Estado, atuando em frentes que estão levando o Acre para a Nova Economia, baseada em baixo carbono e alta inclusão social. Pedro Ranzi reuniu-se com o pesquisador-chefe da unidade, Judson Valentim, que apresentou números que confirmam que as tecnologias estão consolidando a política de produção sustentável no Acre: em 2005 a área de agricultura era de 105 mil hectares com uma faixa desmatada de 128 mil hectares. Em 2008, a área desflorestada caiu 14% e a de produção de alimentos cresceu 74%. "Os dados mostram que a agricultura do Acre era altamente dependente do desmate e que estamos caminhando para uma fase de baixo carbono", disse Valentim.

Em funcionamento há três anos, a EMDGA melhora a qualidade do rebanho leiteiro, com a transferência de embriões e fertilização in vitro. A transferência de embriões permite que vacas mestiças tenham bezerros da raça gir por exemplo. As vacas funcionam como barrigas de aluguel e os bezerros herdam as características genéticas dos pais doadores, que produzem mais leite. Uma mestiça, a média é de 5 litros e uma gir pode chegar a 12 ou mais litros por dia. Trata-se de um moderno laboratório de melhoramento genético animal, que trabalha inclusive com animais silvestres como cutia, porco-do-mato e paca.  

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Pedro Ranzi visitou obras de construção da indústria de Laticínio irá produzir leite longa vida no Acre (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Prioridade é o produtor familiar

O programa de melhoramento genético possui banco com 100 propriedades cadastradas. Hoje existem 1,2 mil vacas inseminadas.  Para a implantação e início de funcionamento da Estação, foram adquiridas 25 fêmeas da raça Gir Leiteira, de comprovado potencial genético, que servem como doadoras de embriões, propiciando ao rebanho bovino leiteiro do Acre animais de alto padrão genético a um custo acessível pois o destino principal são os pequenos produtores. Eles serão selecionados entre produtores de leite em atividade, vinculados a associações ou grupos organizados, respeitando critérios que serão estabelecidos pela EMDGA.

O laboratório adotou a  Inseminação Artificial (I.A), Transferência de Embriões (T.E), Fertilização  In Vitro (FIV), Sexagem de Embriões e formação de bancos de Embriões, tecnologias dominadas pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e repassadas aos técnicos através de cursos.

Indicação Geográfica da farinha de Cruzeiro do Sul

A Embrapa e o Governo do Estado atuam pela Indicação Geográfica da farinha de macaxeira de Cruzeiro do Sul. A partir de uma série de práticas que asseguram a melhor qualidade, a indicação geográfica é uma forma de agregar valor e credibilidade a um produto ou serviço, conferindo-lhes um diferencial de mercado em função das características de seu local de origem. Uma vez reconhecida, a indicação geográfica só poderá ser utilizada pelos membros daquela localidade que produzem ou prestam serviço de maneira homogênea. As Indicações Geográficas são reguladas pela Lei de Propriedade Industrial. O selo IG do  Ministério da Agricultura, inspira mais confiança ao consumidor especialmente porque  garante que o produto tem história, tem uma determinada forma de produção local; tem características determinadas pelo local de origem e uma boa reputação ligada às características da região.

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