A comitiva com os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional e do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Waldez Góes e Marina Silva, chegou ao Acre na manhã desta segunda-feira, 4, para visitar as áreas atingidas pela cheia dos rios, acompanhada pelo governador Gladson Cameli.
Em agenda durante todo o dia, a comitiva deve seguir primeiramente para Brasileia, uma das cidades mais atingidas pela cheia, e se reúne com prefeitos das cidades do Alto Acre.
“A gente vem atuando fortemente em mais esse evento, que desafia também de maneira muito drástica a situação das pessoas, de seu local de moradia nos municípios. Então é importante dizer, neste momento, que nós vamos estar falando com vocês, com as autoridades, visitando as áreas atingidas, as pessoas que estão em abrigos”, disse Góes.
O ministro também reforçou que os trabalhos têm sido conduzidos com a união de todos os governos, com esforços federais, estaduais e municipais. “Estamos, a ministra Marina e eu, representando o presidente Lula, mas outros ministérios estão aqui conosco. Com quantas ações forem necessárias do governo federal, na transversalidade, a gente realiza no Acre, como fizemos no ano passado, quando foram enviados mais de R$ 30 milhões. Neste ano, serão volumes infinitamente maiores. E não estamos falando só de resposta, porque quando a soma a esses valores é também da saúde, do desenvolvimento social, de FGTS, temos que considerar também depois o restabelecimento, a reconstrução de muitos ambientes que estão sendo perdidos e trabalhar a questão da adaptação”, explicou o ministro.
A ministra Marina Silva destacou que fatores climáticos estão contribuindo para que esses eventos fiquem cada vez mais recorrentes. “A mudança do clima vai aumentar cada vez mais as enchentes e vai aumentar cada vez mais o período de estiagem. Por isso que nós estamos trabalhando um plano estruturante, são nove ministérios trabalhando para que a gente possa dar uma resposta com os estados mais vulneráveis e os municípios mais vulneráveis”, antecipou.
O governador Gladson Cameli destacou que é muito importante essa visita, para que os ministros possam ver a situação das cidades.
“É o momento de união, de esforço, em que todos os poderes constituídos e as instituições estão nos ajudando. Nós vamos acompanhar de perto, mostrar para as instituições do Estado de Direito, e fazer um planejamento pós-enchente, porque tem muitas situações como Brasileia, por exemplo, que temos que achar uma alternativa imediatamente este ano, para que as coisas não se repitam ano que vem na mesma proporção”, disse.
O governador também destacou que a regularização fundiária é primordial para que as pessoas atingidas possam ser incluídas nas linhas de crédito. “A questão da regularização fundiária é fundamental, principalmente para o nosso estado, onde boa parte das terras são da União. Um pai de família, para poder pedir qualquer linha de crédito, para se recuperar, ele precisa ter o documento da sua residência, que muitos não têm. Isso aí impossibilita muitos de aderir a esses financiamentos. Então, a gente precisa achar alternativas e corrigir algumas situações”, observou.
Agenda na capital
À tarde, os ministros voltam a Rio Branco e visitam o abrigo montado no Parque de Exposições, onde estão mais de 9,9 mil pessoas abrigadas.
Uma visita à Escola Leôncio de Carvalho, onde funciona o abrigo indígena em contexto urbano, também faz parte da agenda.
Situação do Acre
Na manhã desta segunda-feira, o Rio Acre atingiu 17,78 m registrando a segunda maior enchente da história. Das 22 cidades, 19 estão em estado de emergência e 17 têm reconhecimento federal.
Cidades em situação de emergência ou estado de calamidade pública reconhecido pela Defesa Civil Nacional estão aptas a solicitar recursos do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, para atendimento à população afetada.
As ações envolvem socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura destruída ou danificada. A solicitação deve ser feita por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD).
Com base nas informações enviadas, a equipe técnica da Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados. Com a aprovação, é publicada portaria no Diário Oficial da União (DOU) com o valor a ser liberado.
Com base nos dados de ocorrências disponibilizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC), nas 13 cidades em que a situação está mais crítica, há 91 abrigos públicos, atendendo 9.516 pessoas desabrigadas. Ainda há 16.933 pessoas desalojadas, ou seja, que foram para casa de familiares ou amigos. Além disso, em Cruzeiro do Sul, 12 mil pessoas foram atingidas pela cheia do Rio Juruá.