O governo do Estado tem a meta de injetar recursos da ordem de R$ 4,3 milhões para impulsionar a produção da bacia leiteira do Acre. Como parte dessas ações, o governador Tião Viana entregou nesta sexta-feira, 12, ordenhadeiras mecânicas e receptoras bovinas que fazem parte do Programa de Melhoramento de Difusão Genética realizado pela Embrapa do Acre em parceria com o governo. A entrega aconteceu na Embrapa e contou com a presença do chefe-geral da instituição, Judson Valentim.
“Nosso ideal é pela constituição de uma classe média rural do Acre, e ela passa pela bacia leiteira. De acordo com a Embrapa, 18 mil famílias do Acre têm potencial e podem ser envolvidas nessa cadeia e terem uma renda superior a R$ 3 mil mensais. Por isso, o governo vai em busca dessa parceria com os órgãos de conhecimento, para estimular essa cadeia de produção”, afirmou o governador.
Tião Viana observa que o laboratório de Melhoramento e Difusão Genética Animal da Embrapa, constituído em 2008, ainda na gestão do governador Binho Marques, é um dos mais modernos laboratórios públicos do país no quesito de transferência de embriões do Brasil.
“Com essa unidade, o gado é de melhor padrão. Uma unidade bovina de produção de leite que passa por melhoramento genético pode custar R$ 8 mil. As unidades de grande reprodução de transferências de embrião custam de R$ 16 mil a R$ 34 mil. Nós queremos que essa produção cresça e que tenha um padrão tecnológico incorporado à vida do homem do campo”, completa Tião Viana.
De acordo com Lourival Marques, da Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), a ação beneficia produtores cadastrados pela Seaprof. “Aliados à tecnologia, vamos dar condições para o produtor rural melhorar sua produtividade e conseguir tirar de 10 a 15 litros de leite em cada vaca dessas que estão sendo entregues. Isso dará uma renda mensal maior do que esses produtores têm hoje”, acrescentou Lourival Marques.
Um apoio bem-vindo pelos produtores
O presidente da Cooperativa de Agricultores e Pecuaristas da Regional do Baixo Acre (Coopel), Ezequiel Rodrigues de Oliveira, confirmou que o sistema que permite o melhoramento das vacas para produção leiteira tem alto custo para pequenos produtores e que somente com o incentivo do governo do Estado tem sido possível a eles receber um animal de alto padrão.
“Com o incentivo de tecnologia com certeza, rapidamente a gente vai atingir uma média melhor de desenvolvimento da bacia leiteira, se comparado ao nível nacional. O Acre tem um potencial muito bom para a produção de leite devido ao clima, às condições da pastagem e à topografia, e esse investimento é bem-vindo pelo nosso produtor, e com certeza chegou em um bom momento”, declarou Ezequiel de Oliveira.
Como funciona o processo de melhoramento genético – O veterinário Jefferson Viana, da Secretaria de Estado de Agropecuária, explica que o trabalho realizado na Estação de Melhoramento e Difusão Genética Animal (EMDGA) consiste na transferência de embriões para animais receptores. Os receptores recebem os embriões da marca “gir leiteira”, chamadas “barrigas de aluguel”.
“O produtor rural recebe a vaca receptora prenhe e deixa aqui uma vaca ‘vazia’ [que não esteja prenhe]. Isso faz com que o produtor leve para sua propriedade uma vaca P.O. [Puro de Origem], de alto valor genético, e tudo subsidiado pelo governo do Estado. É uma biotecnologia a que só tinha acesso o grande produtor, mas aqui no Acre está sendo disponibilizada aos pequenos e médios produtores. Um avanço para a cadeia leiteira”, concluiu o veterinário.
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