Governador determina medidas duras contra queimadas e desmatamento

Em reunião nesta quarta-feira, 9, o governador Tião Viana determinou que as equipes de controle ambiental continuem em campo, com rigor e orientação. Para a agricultura que utiliza a queimada, o governador garantiu alternativas, como mecanização, além de programas já realizados pelo governo do Estado que aplicam outras técnicas para produção.

Mesmo ocupando apenas a sétima posição entre os estados que mais queimaram na região Norte, o Acre terá combate firme contra as queimadas e desmatamento. A preocupação com os focos de fogo é grande, pois a região passa por um situação crítica em seu clima.

O governo aponta alternativas produtivas e combate para conter as queimadas (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

“As queimadas são um crime contra a natureza, elas podem perder o controle e invadir áreas de florestas nativas. No Acre, existem alternativas de produção sem o uso do fogo, até por isso estamos apenas em sétimo lugar na região Norte neste processo”, afirma Tião Viana.

Ele ressaltou ainda que o estado está com um número menor de focos de fogo de que no mesmo período do ano passado. “Mesmo assim estamos preocupados com o aumento das queimadas, pois a região está enfrentando uma seca severa, que pode se agravar ao longo dos meses”, concluiu.

Influências climáticas

A reunião foi baseada pela análise da situação climática realizada pelo governo, por meio do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC). Vera Reis, diretora técnica do Instituto, explicou a atual situação climática na Amazônia, que sofre influências também do Oceano Atlântico.

Vera explica que o “trimestre agosto, setembro e outubro será bastante seco. Isso é preocupante, pois se observa déficit hídrico e os nossos rios diminuindo seus níveis com maior velocidade e ainda nem se recuperaram da seca de 2016, que foi intensificada pelo efeito [climático] do El Niño”.

Ela explica ainda que uma anomalia no Oceano Atlântico, que aumenta a superfície da água, está causando uma seca severa para o Brasil Central e para a Amazônia. Esse conjunto de fatores, junto às queimadas criminosas que já estão ocorrendo, influencia para que ocorra o fenômeno de estresse térmico da vegetação. Este fenômeno pode causar uma queima muito rápida da produção agrícola.

Números de focos de fogo deste ano ainda são menores do que em 2016, no mesmo período (Foto: Pedro Devani/Secom)

Precaução

Isto posto, o governo seguirá com as ações em campo para que esta prática ilegal seja contida. Exemplo disto é ação realizada na última semana, em Xapuri, que autuou R$ 300 mil em multas.

O combate é realizado também pelo Batalhão de Policiamento Ambiental, da Polícia Militar. Para a conscientização dos agricultores, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) vai realizar ao longo do mês encontros com organizações de produtores rurais de todo o estado.

O monitoramento realizado também aponta a preocupação com os rios Acre, Iaco e Juruá, que indicam uma descida rápida de suas águas. Para isso, o Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) já tem seu plano de emergências para o Rio Acre, que abastece Rio Branco e outras cidades, para caso não chova nos próximos meses.

Em 2016, o Rio Acre apresentou menor nível em 45 anos (Foto: Pedro Devani/Secom)

O momento é de intenso monitoramento para decisão de novas medidas, e assim garantir tanto a saúde da população, prejudicada pela fumaça das queimadas, e o bem estar com o abastecimento de água potável.

A Defesa Civil Estadual informa que, nesta quarta-feira, 9, ocorreu chuva em alguns pontos do estado. De forma moderada na região da Estação Ecológica do Rio Acre, nas cabeceiras do manancial, em Assis Brasil; pancadas de chuva em Santa Rosa do Purus e de forma moderada em Jordão e Mâncio Lima.

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