Gladson Cameli e Socorro Neri conhecem EPIs produzidos por estudantes de medicina da Ufac e voluntários

Desde o último dia 18 de março, as salas de aula do bloco de medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac) deram espaço para a produção de equipamentos de proteção individual (EPIs). Em uma grande demonstração de união, acadêmicos do próprio curso, professores e voluntários já confeccionaram mais de 41 mil protetores faciais, aventais e máscaras para serem distribuídos, gratuitamente, aos mais diversos profissionais que estão na linha de frente no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.

Nesta sexta-feira, 8, o governador Gladson Cameli e a prefeita Socorro Neri conheceram a linha de produção dos EPIs. Os gestores tiveram a oportunidade de acompanhar cada etapa de fabricação dos EPIs e ainda os materiais utilizados. Por meio de cartolinas, grampeadores, acetato, ligas de borracha, TNT e plástico polietileno, centenas de profissionais estão sendo protegidos, com segurança atestada, da contaminação pelo vírus.

Governador Gladson Cameli elogiou empenho de estudantes de medicina e voluntários na produção de equipamentos de proteção individual para profissionais da Saúde Foto: Marcos Vicentti/Secom.

O Governo do Estado do Acre tem sido um importante parceiro na confecção dos equipamentos. Recentemente, foram repassados R$ 150 mil, por meio de convênio firmado entre Secretaria de Saúde e Ufac, para aquisição de matéria-prima. Gladson Cameli aproveitou a oportunidade para agradecer o esforço iniciado pelos estudantes de medicina e afirmou que o projeto terá todo apoio necessário por parte da administração estadual.

“Quero parabenizar esse belíssimo trabalho que está sendo feito aqui e vou ajudar no que for necessário e o que eu puder porque o Estado está precisando de todos estes materiais. E o fato de esses estudantes estarem se disponibilizando, asseguro que vou fazer a minha parte para valorizar essa grande vontade deles para que possamos ajudar o nosso próximo”, ressaltou.

Mais de 40 mil EPIs já foram produzidos no bloco de medicina da Ufac Foto: Marcos Vicentti/Secom.

Gladson reforçou que, diante da crise de saúde que o mundo passa, o momento pede a união das pessoas para superar o coronavírus. O governador lembrou da dificuldade global para aquisição de equipamentos de proteção individual e elogiou o empenho dos envolvidos para suprir a demanda nos hospitais acreanos.

“Gostaria que muitas pessoas parassem de reclamar e viessem ajudar. Essa situação que estamos vivendo pede a união e parceria de todos. Saio daqui impressionado com o exemplo que todos eles estão dando como cidadãos e de amor ao próximo”, pontuou.

Acadêmica do oitavo período de medicina da Ufac, Talita Trancoso foi uma das idealizadoras da produção voluntária de EPIs, quando apenas três pessoas se disponibilizaram a fazer sua contribuição na luta contra o coronavírus. Ela foi a responsável por mostrar todos as etapas de produção dos materiais para o governador Gladson Cameli e a prefeita Socorro Neri.

Cerca de 100 pessoas trabalham voluntariamente na confecção de aventais, protetores faciais e máscaras Foto: Marcos Vicentti/Secom

“Começamos com poucas pretensões devido a nossa capacidade em relação à produção, e o que posso dizer é que estamos muito felizes em poder ajudar a sociedade, em especial ao profissionais da Saúde. Sejam eles enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, trabalhadores da limpeza e os demais que atuam nos hospitais. Ficamos felizes em saber que tem um pouquinho de nós lá com eles nessa luta contra a Covid-19”, frisou.

A prefeita Socorro Neri recordou do apoio dado pela Ufac na tomada de decisões baseadas em estudos científicos, desde a confirmação dos primeiros casos de coronavírus. Servidora aposentada da instituição, ela revelou sua admiração pela iniciativa dos estudantes de medicina.

“Vocês são exemplos para outros estudantes e para a nossa juventude. Exemplo de protagonismo correto em tempo de dificuldade. Eles estão fazendo o que é preciso na hora certa”, opinou.

Meta é produzir 100 mil equipamentos de proteção individual

Da ideia inicial de produzir 5 mil EPIs, o projeto tomou proporções muito além da expectativa. A fabricação passou a ser encarada como uma espécie de empresa, com seu presidente, diretores, supervisores e operários. O médico Fernando de Assis é quem está no comando. Para o profissional, o sucesso só está sendo possível graça ao empenho de 100 pessoas, entre estudantes de medicina e voluntários, somado ao apoio de empresários e sociedade em geral.

Parte da matéria-prima utilizada para fabricação dos EPIs Foto: Marcos Vicentti/Secom

“Ninguém imaginava a dimensão que isso iria ganhar. É algo quase inacreditável você transformar um bloco universitário de salas de aula em uma empresa, que acabou de produzir 40 mil equipamentos de proteção individual, é fantástico. Fantástica a forma como feito, os alunos que participam, a ajuda dos empresários, a universidade como instituição e saber que tudo isso é muito gratificante porque estamos protegendo outras pessoas com o objetivo de salvar vidas”, salientou.

Até o momento, cerca de 20 mil EPIs já foram distribuídos para 35 unidades hospitalares, em 17 municípios do estado e mais três cidades do Amazonas e Rondônia. Com o avanço no número de casos da doença e, consequentemente, aumento na demanda por equipamentos de proteção, a meta é alcançar a produção de 100 mil unidades.

A ajuda de empresários locais será fundamental para que o propósito seja alcançado. O proprietário do Café Contri, Alberto Moreto, é um desses apoiadores. “Estou desde o início deste projeto. Desenvolvemos estas máquinas para fazer as soldas e fizemos algumas adaptações para a produção dos EPIs, tudo com a supervisão de médicos. Quero dizer que está sendo muito gratificante ajudar o próximo e a participação de empresários está sendo muito válida para que tudo isso seja uma realidade”, disse.

Com apoio do governo estadual, meta é produzir 100 mil equipamentos de proteção individual Foto: Marcos Vicentti/Secom

A reitora da Ufac, Guida Aquino, explicou que, além da produção de EPIs, os acadêmicos de medicina atuam no acompanhamento, via telefone, de quase mil pessoas infectadas com coronavírus.

“Como reitora, estou muito orgulhosa por essa iniciativa dos nossos estudantes. Estamos felizes por contribuir com o estado neste momento de pandemia, mas eu tenho sempre dito que nós vamos vencer essa doença com consciência e solidariedade. E é isso que os nossos alunos estão demonstrando e vamos continuar firmes no combate ao coronavírus”, declarou.

 

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