Troca de experiências, conhecimentos, gestão e governança são os principais objetivos do IV Encontro Técnico da Amazônia Legal Brasileira sobre Gestão de Recursos Hídricos. A reunião é realizada pelo governo do Acre, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi), em parceria com o Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac), e ocorreu nesta quarta-feira, 28, no Memorial dos Autonomistas, e ainda nesta quinta, 29, no Palácio da Justiça, das 8h às 17h30.
No primeiro dia, gestores e técnicos que fazem parte da Agenda Azul – grupo composto por representantes do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins – assistiram ao Seminário Avanços e Desafios da Política de Recursos Hídricos na Amazônia Legal e palestraram sobre suas rotinas, especificidades dos estados e pontos que podem servir como troca de experiências.
A secretária do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas, Julie Messias, enfatizou a importância do evento como forma de alinhamento das políticas públicas entre os estados.
“Essa troca de experiências fortalece a gestão hídrica na Amazônia. Os estados têm especificidades, mas podemos unir os pontos positivos que têm dado certo para tentarmos fazer uma gestão das águas mais efetiva. É necessário uma política transversal onde todos os estados estejam alinhados quanto à importância da gestão hídrica”.
O geólogo e especialista em recursos hídricos da Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas, Izaias Nascimento, falou da oportunidade de aprimorar conhecimentos: “Discutir a temática água é sempre relevante. Precisamos debater políticas estaduais e passar a importância dela para a população. Trocar experiências é muito importante e estamos aqui passando o que temos no Amazonas”.
Aldo Azevedo, da Diretoria de Planejamento de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente do Tocantins, disse que uma das formas dos estados avançarem é atuando com uma temática que chamou de tripé. “É preciso termos uma política de recursos hídricos organizada, criar um conselho, um comitê para gerenciar o que cada um faz, e depois ver como gerenciar os recursos que vão ser direcionados. Aplicamos isso no Tocantins e, em uma ação conjunta, está funcionando”.
Governança das Águas
O biólogo e secretário executivo do Observatório da Governança das Águas, Ângelo Lima, ministrou uma palestra nesta quarta-feira, 28, aos participantes: “Abordamos os benefícios do monitoramento da governança das águas. Temos uma política nacional de recursos hídricos e já faz mais de 20 anos que criamos, com atores, um protocolo contendo 55 indicadores para o monitoramento da governança das águas, pois ela prepara a gestão. Se a temos é possível alcançarmos maiores resultados na gestão”.
Nesta quinta-feira, 29, foi realizada uma oficina que abordou a Avaliação da Implementação de Planos de Recursos Hídricos. A palestra foi ministrada pelo gerente de Planejamento do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Alan Mota.
Ele disse que compartilhar conhecimentos é a melhor forma de gerir e trabalhar com governança. “É bom poder compartilhar um pouco da nossa da nossa experiência e aprender. Vamos trocar muitas experiências e levar para os nossos estados”, expôs.
Ao final do evento, haverá a construção de uma carta contendo resultados do debate, além das demandas da Agenda Azul identificadas na discussão.