Com o início das chuvas, o nível do Rio Acre sobe. O que reduz as preocupações com desabastecimento. A captação de água para tratamento melhora, porém a turbidez aumenta, tornando o serviço mais caro.
O Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), responsável pelas duas Estações de Tratamento de Água (ETA I e II) em Rio Branco, gasta em média 574 mil reais por mês com produtos químicos para tratar a água captada no rio. Durante o inverno, esse valor aumenta para 796 mil reais.
O produto mais caro do processo se chama policloreto de alumínio, um floculante químico que separa toda a sujeira da água em um processo de clarificação. Durante o período chuvoso são gastos mais de 688 mil reais por mês só com esse produto, mais de um terço do que se consome no verão.
“Nesse período, o rio recebe muita matéria orgânica. Tá chovendo nas cabeceiras, nos barrancos do rio e toda essa terra chega aqui na ETA. Então a água chega com uma turbidez elevadíssima. Hoje, a turbidez marcou 850 uT [unidade de turbidez], o que é muita coisa. A lei diz que a água fornecida deve ter no máximo 1 uT. Por exemplo, se eu gastar 1 real pra tratar 1 litro de água no verão, no inverno eu vou gastar três reais.”, disse Vinicius Andrade, gerente das ETAs de Rio Branco.
Hoje a ETA II, responsável pela maior parte da água fornecida em Rio Branco, opera com o tratamento de 830 litros por segundo. E, de acordo com o operador de ETA, José Roberto, para manter a água dentro dos padrões de qualidade, os cuidados durante o inverno aumentam. “A atenção tem que ser maior. Nesse período de agora, até março, a turbidez aumenta. Nós já registramos, em anos anteriores, uma turbidez de 2800 uT”, afirma.
Censo sobre a consciência e o consumo da água no Acre
O Depasa realiza em Rio Branco um Censo para verificar com a população qual a qualidade da água recebida, com qual frequência chega, quanto o cidadão consome em média e se há vazamentos na rua ou desperdício. A primeira região de Rio Branco a receber o Censo é o Segundo Distrito.
Até o momento, seis mil imóveis foram visitados nos bairros Santo Afonso, Jacarandá, Rosalinda e Santa Inês. Com os consumidores identificados, o Depasa poderá distribuir a quantidade de água suficiente para cada bairro, de acordo com o número de usuários. O que otimiza custos e melhora a qualidade dos serviços prestados.