A Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) recebeu nesta quarta-feira, 7, representantes dos estados da Região Norte que participaram do VI Seminário de Cosméticos de Base Florestal da Amazônia.
O evento teve início na terça-feira, 7, e faz parte do Projeto Estruturante de Base Florestal da Amazônia, coordenado pelo Sebrae nos estados. Estiveram nesta edição empresários do setor industrial, coordenadores estaduais do projeto pelo Sebrae, consultores, pesquisadores de universidades e produtores extrativistas.
A programação na Funtac foi uma oportunidade de mostrar a contribuição científica e tecnológica que a instituição vem dando ao estado ao longo de quase três décadas, com ênfase para as ações do Laboratório de Produtos Naturais (LPN).
“Muito valioso esse tempo em que pudemos apresentar parte do trabalho que desenvolvemos com a comunidade, sobretudo com cooperativas, a partir das espécies vegetais, principalmente, aquelas que têm potencial para a indústria cosmética”, declara a diretora-presidente da Funtac, Silvia Basso.
A diretora explicou sobre a importância de manter equipes em campo para ações integradas com a comunidade, com foco em questões de rastreabilidade de espécies e noções de boas práticas antes da extração dos óleos, para a emissão do laudo técnico de controle de qualidade dos produtos. Para isso, a instituição dispõe de 184 colaboradores para as áreas de pesquisas e operacionais.
O representante da Cooperativa Nova Cintra, de Rodrigues Alves, frisou a importância desse trabalho. A Nova Cintra possui um termo de cooperação com a Funtac para realizar a comercialização dos produtos, o que gera renda para 29 cooperados, 146 coletores no Alto Juruá e 84 no Baixo Juruá.
“A partir desse trabalho junto com a Funtac, e com os incentivos ambientais de outros programas, já temos vários compradores de fora do estado, inclusive um contrato fechado com uma empresa paraense. Só em 2016, já processamos até o momento 11 toneladas de óleo, principalmente o murmuru, que é totalmente sustentável”, explica.
O gerente de Indústria e Comércio do Sebrae e coordenador do projeto no Acre, Dikison Asfury, declarou que a ideia é difundir as políticas públicas gerenciadas nesse sentido da economia de baixo carbono e ampliar a possibilidade de negócios relacionados com a biodiversidade amazônica.
Maria Beatriz Costa, representante da empresa Planeta Orgânico, responsável pela organização do evento internacional voltado à bioeconomia, o Green Rio, falou de seu entusiasmo diante do que conheceu no Acre – que participa do evento anualmente.
“O Acre, com sua política de preservação e valorização da floresta, já se destaca e ainda poderá ter um papel mais importante dentro do cenário global”, salienta.