Instituições públicas e privadas farão parte do grupo que se propõe a estabelecer diálogo regional
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A situação dos brasileiros que moram na faixa de fronteira com a Bolívia está sendo debatida por representantes dos moradores, sindicatos, vereadores, gestores estaduais e pelos deputados estaduais Moisés Diniz, Walter Prado, Ney Amorim, Delorgem Campos e Helder Paiva.
A proposta é a formação de uma Frente Parlamentar Acre-Pando para que os assuntos sejam discutidos também em âmbito regional. “Essa é uma reunião de trabalho. Vamos estabelecer um grupo permanente de diálogo entre as instituições públicas e privadas do Acre e de Pando”, destacou o deputado Moisés Diniz.
De acordo com o presidente do Incra, Carlos Augusto Lima Paes, a saída dos brasileiros que moram na faixa de fronteira que vai desde Assis Brasil a Acrelândia é inevitável, o que está em negociação entre os Ministérios de Relações Exteriores dos dois países é o prazo para que as famílias deixem suas casas.
A área de fronteira foi dividida em seis partes, os moradores da área que engloba a região entre Capixaba e Plácido de Castro têm até o dia 15 de dezembro para sair. O prazo para as demais áreas é abril de 2010. Paes destaca ainda que o Incra já iniciou a vistoria nas fazendas ao longo das rodovias 317 e 364.
“Estamos buscando alternativas para ter pra onde levar essas famílias. A ideia é desapropriar ou mesmo comprar terras e assentar as famílias brasileiras”. A Organização Internacional de Imigração está realizando um levantamento para diagnosticar a quantidade de famílias que vivem na região de fronteira. “Seria necessária uma áreas de 150 a 200 mil hectares”.
Francisco de Assis Batista integra a Associação dos Produtores Rurais em Defesa dos Brasileiros na Fronteira. Segundo ele, a maior preocupação dos moradores nesse momento se refere ao prazo estipulado pelo governo boliviano para retirada das famílias. “Nosso pedido imediato é a prorrogação do prazo”.
O secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Henrique Corinto, informou que o Governo do Estado tem entrado em contato com o Ministério das Relações Exteriores, juntando as informações das entidades representativas, além de acompanhar as definições das negociações. “Queremos proteger as famílias brasileiras que moram nessa região”.