Formando condutores defensivos

Muito além da aprendizagem, instrutores agregam valores às necessidades do trânsito

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“É importante que instrutores e Detran trabalhem mutuamente. O resultado desta parceria é a formação de condutores defensivos, que garantam sua segurança e também a dos demais que utilizam as vias”, afirma a diretora-geral, Sawana Carvalho (Foto:Assessoria Detran)

A necessidade que as pessoas têm de dirigir veículos automotores vem de longa data. Com o aperfeiçoamento do trânsito e a criação de sinalização especifica a tarefa de formar condutores não se torna mais tão simples. Surge então a figura do instrutor de trânsito que, além de instruir acerca dos controles de veículos e como manobrá-los, tem principalmente o papel de ensinar a portar-se defensivamente nas vias públicas.

O dia nacional da classe é comemorado anualmente em 16 de outubro, mas ao contrário do que se imagina, a profissão somente foi regulamentada em agosto de 2010, com a publicação da lei federal, nº 12.302. A partir dela, definiram-se os direitos e atribuições do instrutor de formação de condutores. Entre as principais conquistas, observa-se a aposentadoria especial aos 25 anos de serviço.

Para o corregedor do Detran, Fábio Ferreira, "os cidadãos têm seus valores constituídos no seio familiar e na escola. O instrutor, no processo para a formação de um condutor, é o principal personagem na tentativa de adequar estes valores às necessidades do trânsito". Ferreira afirma ainda que eles são parte essencial no processo para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “Contribuem grandemente na formação os condutores que todos os dias ingressam ao cotidiano das vias públicas”.

De acordo com dados da Gerência de Controle de Credenciados do Detran, responsável pelo credenciamento de instrutores e autoescolas, no Acre, há mais de 600 profissionais registrados. Os 261 credenciados em atividade atuam em 45 Centros de Formação de Condutores (CFCs), sendo deste somatório 22 instituições somente na capital.

Sindicato que agrega e fortalece

O Sindicato dos Instrutores de Trânsito do Acre, Sinditran, foi instituído no primeiro semestre deste ano e tem como presidente Alesson Pacheco. Ele é instrutor há aproximadamente seis anos e hoje e está à frente do sindicato desde 28 de maio. De acordo com o estatuto do sindicato acreano, para ser presidente, é necessário ter pelo menos um ano de experiência na área. O mandato tem validade de três anos, quando é realizado novo pleito.

Segundo Pacheco, a força do sindicato é de suma importância, já que a partir dele é que ocorre o respeito e a valorização da classe. Também é uma forma de centralizar os anseios da categoria para promover melhorias.

Recentemente, o líder do Sinditran esteve reunido com a diretoria do órgão para fortalecer a parceria entre ambas as partes. É de comum acordo que o trabalho conjunto entre Detran e sindicato consolida a transparência de todo o processo de habilitação, desde a autoescola. “Juntamente com a corregedoria do Detran, o sindicato pode auxiliar nas fiscalizações para sanar possíveis irregularidades que venham a acontecer nos Centro de Formações de Condutores (CFCs). Nós entendemos  o quanto faz a diferença formar bons condutores”, afirma Pacheco.

“É importante que instrutores e Detran trabalhem mutuamente. O resultado desta parceria é a formação de condutores defensivos, que garantam sua segurança e também a dos demais que utilizam as vias”, afirma a diretora-geral, Sawana Carvalho.

Para ser instrutor, é preciso…?

A resposta para esta pergunta, segundo Pacheco, está essencialmente na calma e na paciência ao desempenhar seu trabalho. Além disso, ao contrário do que se imagina, ser instrutor de trânsito não é tarefa fácil e traz consigo muita responsabilidade. “Quem sabe dirigir, até pode ensinar outra pessoa, mas saber dirigir é uma coisa e dirigir defensivamente é outra completamente diferente. Muito mais que só ensinar a direção, nós ensinamos, mostrando a importância das boas práticas para o trânsito, algo que é essencial para manter a segurança de todos”, explica líder do Sinditran.

A estudante Laísse Nascimento, 18, está em processo de primeira habilitação e confirma que a paciência é um dos elementos chave para o êxito na formação de condutores. “Essas têm sido as primeiras vezes que eu pego num volante de carro e a minha calma depende completamente do quanto o instrutor é paciente. Sem contar que ele tem competência para me ensinar, já que tem experiência e também se especializou para fazer o que faz”, conta.

No que diz respeito ao aspecto prático da profissão, para exercê-la, o interessado deverá ser aprovado em curso específico do Detran, que no caso da autarquia acreana é aplicado pelo Sest/Senat. Deve-se ter mais de 21 anos e ensino médio completo, bem como não possuir antecedentes criminais e ter carteira de habilitação na categoria em que for atuar. Além disso, o pretenso instrutor não ter cometido, nos últimos 30 dias, qualquer infração de natureza grave e nenhuma gravíssima no prazo de 60 dias.

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