O programa de Inclusão do Governo do Estado do Acre, Floresta Digital, é tema da pesquisa de mestrado em Antropologia Social ) de Dalila Floriani Petry, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). No Acre desde o dia 30 de maio, junto ao companheiro que também é pesquisador da UFSC (doutorando em Literatura), Fernando Floriani Petry, a mestranda está realizando um trabalho de campo constituído por extensa pesquisa e entrevistas, envolvendo as três vias de atuação do programa: sinal de internet, telecentros e ensino a distância. O objetivo é analisar o processo de implantação e abrangência do programa, avaliando o impacto do Floresta Digital na vida dos usuários do programa.
A mestranda, que estuda cibercultura, é pesquisadora do GrupCiber (Grupo de Estudos em Antropologia do Ciberespaço). De acordo com ela, a escolha do programa como tema foi muito bem aceita no ambiente universitário de Santa Catarina. “Quando ouvi falar sobre o Floresta Digital considerei a proposta muito interessante, sobretudo por ser uma política pública que desenvolve a questão da inclusão digital em âmbito estadual”, aponta a estudiosa. Dalila explica que os debates acerca da inclusão digital e social podem ser enriquecidos a partir da ótica dos estudos de cibercultura. “Realizar esse estudo se apresentou como uma excelente oportunidade para conhecer a realidade desse programa e também fazer uma análise sobre essas noções que estão tão presentes em nossos cotidianos”, complementou a pesquisadora.
Para Fernando Floriani Petry, que se mostrou satisfeito por acompanhar a pesquisa, as impressões têm sido muito positivas. “O mais bacana desse projeto é o alcance do serviço para a população”, comentou o doutorando. Fernando relata um caso interessante que presenciou nesse período de entrevistas com os usuários. “Um momento marcante para mim, foi o relato de um usuário do Telecentro do Parque, que trabalhou um ano para comprar seu computador e mais quatro meses para comprar a antena do programa, isso mostra a importância social do serviço oferecido pelo Floresta”, acrescentou.
A Assistente Administrativa da DMA, Sarah Janne, teve a oportunidade de acompanhar os pesquisadores em uma entrevista de campo e ficou feliz com o interesse pelo Floresta Digital. “Nosso estado está sendo reconhecido em todo o mundo através deste trabalho de inclusão e esta pesquisa é uma prova disso”. Para a servidora, uma parte importante do programa são os telecentros. “Graças aos cursos e do acesso à internet através dos telecentros, o Floresta Digital está conseguindo transformar a vida de muitas pessoas”, diz.
Na segunda-feira, 18, os pesquisadores viajarão para o Vale do Juruá, onde irão verificar a realidade do projeto também nos municípios mais distantes, com uma realidade diferente da encontrada em Rio Branco. Um trabalho de campo necessário para a compreensão geral do programa, sua abrangência, impacto social e peculiaridades de cada município visitado.
Ativo desde 1996, mas criado oficialmente em 1997, o Grupo de Estudos em Antropologia do Ciberespaço – GrupCiber – integra a linha de pesquisa Cultura e Comunicação, do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina.
O grupo procura desenvolver pesquisas voltadas aos fenômenos sociais dentro do chamado “ciberespaço” a partir da expansão das tecnologias da informação e da comunicação e das modalidades de comunicação mediada por computador. Preocupado em compartilhar sua produção e contribuir na promoção da colaboração interdisciplinar e inter-institucional, o grupo criou um canal de comunicação permanente entre aqueles que têm investido neste campo de estudos relativamente novo e em expansão através de seu portal.
Quem desejar conhecer melhor o trabalho do grupo pode acessar: http://www.grupciber.net
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