Feira de Agricultura Familiar reúne produtores de todo o Brasil no Rio de Janeiro

Acre participa com maior delegação da região Norte com 35 pessoas representando 23 empreendimentos

 

produtores_familiar_foto_gleilson_miranda_03.jpg

Representantes de organizações se reúnem com secretário Nilton Cosson antes de embarcar para Feira Nacional de Agricultura Familiar (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Farinha de Cruzeiro do Sul, castanha de Xapuri, banana de Acrelândia, madeira certificada e sementes do Baixo e Alto Acre, tapioca de Porto Acre recheada com  pirarucu manejado de Manoel Urbano estão entre as dezenas de produtos que empreendedores acreanos irão apresentar ao país de 7 a 12 de outubro, na Marina da Glória, Rio de Janeiro, durante o Brasil Rural Contemporâneo – 6ª Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária, evento considerado o maior do gênero na América Latina. Pequeno, mas organizado, o Acre se destaca pela participação na feira com a maior delegação da região Norte e como o único da Amazônia a ter dois empreendimentos certificados com o Selo da Agricultura Familiar, concedido em cerimônia com a participação do presidente Lula. A equipe, de 35 pessoas, embarcou na noite desta segunda-feira.

As iniciativas econômicas familiares acreanas estarão distribuídas em todos os espaços da feira. No estande do Acre ficarão abrigados 13 empreendimentos, outros se dividem no espaço do artesanato, no de produtos orgânicos e na praça de alimentação. Uma excelente oportunidade para mostrar ao Brasil as potencialidades econômicas e turísticas de um Estado que até há algum tempo não conhecia a força da agricultura familiar e da organização social. Dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) levantados pelo censo rural indicam que 87% da produção de alimentos do país é originária da agricultura familiar. "Se estes números são verdadeiros para o Brasil, para o Acre são ainda mais importantes", afirma o secretário de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, Nilton Cosson.

produtores_familiar_foto_gleilson_miranda_04.jpg

Produtos tradicionais como a farinha de mandioca, produtos orgânicos e artesanato compõem o leque de produtos que serão apresentados aos visitantes da feira (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Uma carreta leva aproximadamente 7 toneladas de produtos dos 23 empreendimentos para a feira. Os produtores terão a chance de realizar vendas direto ao consumidor, a outros Estados, participar de rodada de negócios, trocar experiências e conhecer novas tecnologias para o segmento que cresce a cada ano no país. Em 2008 circularam em torno de 500 mil pessoas durante 7 dias de feira. Este ano, a previsão é que este número chegue a 700 mil visitantes.

Selo de Agricultura Familiar – Dois empreendimentos acreanos, Cooperfarinha e Coopel irão aderir, no primeiro dia de evento, ao Selo de Agricultura Familiar, atestado de origem do produto da agricultura familiar em sua essência. É o único Estado da região Norte a atender aos requisitos de adesão ao selo. A primeira iniciativa de produção familiar a ter estampado em seus produtos o selo de certificação no Acre foi o Projeto de Desenvolvimento Bonal. 

O desenvolvimento do setor no Acre é reflexo de investimento do Governo do Estado na criação e implantação de políticas públicas de fomento à agricultura familiar e fortalecimento das cadeias produtivas que valorizam o pequeno empreendimento rural, florestal, sustentável. Para José de Souza, presidente da Cooperfarinha, observa que este é um momento significativo para a cooperativa e uma grande oportunidade de mostrar a farinha de Cruzeiro do Sul para o Brasil. "O Juruá produz a melhor farinha do Brasil. Vamos em busca de novos negócios. Cada vez mais a gente se estrutura e dá exemplo para aqueles que ainda não querem participar. Hoje, não há outra alternativa para os empreendimentos familiares se não as cooperativas", avalia. A Cooperfarinha produz de 10 a 12 toneladas do produto por mês.

selo_da_agricultura_familiar.jpg

Selo certifica origem de produto da agricultura familiar (Fonte: MDA)

Oportunidade semelhante busca a Cooperfloresta, que reúne 125 famílias das regiões do Alto e Baixo Acre, em torno da exploração de madeira manejada e certificada, óleos vegetais e sementes florestais. O empreendimento está em alta conta e comemora o fruto do trabalho com apenas quatro anos de existência. Das 10 comunidades certificados na Amazônia, 4 estão no Acre e fazem parte da Cooperfloresta. "Estamos no momento de construção do nosso plano de negócios e queremos buscar mercado para consolidar o produto madeira e sementes florestais como produtos que compõem a rede e a composição de renda da agricultura familiar comunitária", diz o superintendente da Cooperfloresta, Evandro Aquino.

O Acre é referência no desenvolvimento de políticas públicas para a promoção da agricultura familiar no Ministério do Desenvolvimento Agrário, segundo a delegada do MDA no Acre, Tatiana Balzon. Talvez por este motivo, o MDA não tenha se negado a ampliar de 15 para 35 empreendimentos a participação do Acre na feira, visto a organização do Estado.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter