Famílias vão produzir mel na Resex Chico Mendes

As caixas para criar abelhas vão permitir que famílias extrativistas tenham uma renda extra (Miriane Teles/SEPN)

As caixas para criar abelhas vão permitir que famílias extrativistas tenham uma renda extra (Miriane Teles/SEPN)

No ultimo dia 28, sábado, duas comunidades da Reserva Extrativista Chico Mendes, na área de Brasileia receberam colmeias para a produção de mel. Foram beneficiadas 17 pessoas da Associação Boa Esperança e 12 da Porongaba.

Ambas as comunidades receberam capacitação através da Secretaria de Estado de Pequenos Negócios (SEPN), com autorização do gestor da Reserva Extrativista Chico Mendes, que é do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A atividade também possui parceria com a prefeitura de Brasileia, Seaprof, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Associação de Moradores e Produtores Extrativistas Chico Mendes (Amopreb).

“O projeto é muito bom, porque o governo do Estado está incentivando alternativas de produção que gerem renda sem desmatar. Isso era também uma reivindicação desses moradores e o curso veio até a realidade deles. O produto vai ser o mel orgânico de ótima qualidade”, diz a representante da prefeitura de Brasileia, Marinês Ferreira.

A Resex Chico Mendes, criada pelo Decreto n° 99.144, de 12/03/1990, e tem uma área aproximada de 970.570 hectares. E o governo do Acre está cumprindo o desafio de implementar políticas públicas para o desenvolvimento econômico na região. “Estamos compartilhando o sonho da nossa gestão, que é formar uma nova classe média rural”, disse o secretário  da SEPN, José Carlos Reis. A cadeia produtiva do mel é um pequeno negócio que também tem como marca o desenvolvimento social e sustentável.

Meliponicultura

Mel será produzido por abelhas sem ferrão (Foto: Miriane Teles/SEPN)

Mel será produzido por abelhas sem ferrão (Foto: Miriane Teles/SEPN)

A cadeia produtiva do mel, nessas comunidades, vai ser por meio do trabalho com a meliponicultura, que é a criação de abelhas sem ferrão, que são nativas, também conhecidas como indígenas.

O técnico da SEPN Engilberto Flair explica que essa é a cultura adequada, pois, como as comunidades estão em local com uma maior cobertura vegetal, fica fácil identificar abelhas na floresta em árvores como o cumaru, que são típicas da Amazônia e na qual as abelhas costumam fazer suas colmeias por ter madeira oca. “Temos expectativas de que esses grupos se destaquem na produção e no volume, por estarem em uma área tão privilegiada”, comentou.

O presidente da Associação Boa Esperança, Edmar de Lima, diz que muitos já retiravam o mel, mas que com a técnica aprenderam como fazer isso sem prejudicar as abelhas e também como multiplicar essa produção.

O mediador Antônio Fredson destacou que, como a maioria dos moradores da Resex sobrevive de extrativismo, enquanto eles estão coletando a castanha, a seringa e o açaí – produtos mais comuns -, as abelhas estão trabalhando também. “É um produto a mais, que eles vão retirar sem agredir o meio ambiente, gerando uma renda extra para as famílias.”

Na comunidade de Porongaba, o grupo está se organizando para que os associados da cooperativa Cooperacre estejam juntos no compromisso com a produção do mel.

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