O Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual do Acre (CAP), instituição vinculada à Educação Especial da Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Acre (SEE), promoveu nesta terça-feira, 8 de abril, em Rio Branco, uma série de atividades em alusão ao Dia Nacional do Braile. A programação incluiu oficinas de sensibilização, visita guiada às instalações do centro e momentos de interação entre estudantes, professores e usuários atendidos pela unidade.

O CAP atua na produção de materiais acessíveis e no acompanhamento educacional de aproximadamente cem alunos com deficiência visual da rede pública e cerca de 60 de instituições privadas, além da comunidade. “Hoje comemoramos esta data com uma oficina voltada para estudantes de escolas que têm colegas com deficiência visual incluídos. É um momento de mostrar a importância do braile como instrumento de acesso à informação, autonomia e inclusão social”, destaca a coordenadora da instituição, Cristina Nogueira.
Durante a atividade, os visitantes puderam conhecer recursos como o alfabeto braile, os processos de produção de material adaptado e as figuras táteis em 3D projetadas pelos profissionais do centro, que são impressas na impressora 3D adquirida recentemente. O equipamento representa um investimento do governo do Estado para fortalecer a estrutura da instituição e ampliar a oferta de recursos acessíveis.

Maria Luísa Goes, aluna do 3º ano da Escola José Rodrigues Leite, participou da oficina e destacou como a experiência foi transformadora. “É a primeira vez que tenho uma colega com deficiência visual. Aprender sobre o braile nos ajuda a incluí-la melhor na sala de aula. Agora sei como me comunicar e descrever coisas para que ela também possa imaginar”, afirmou.
Gabriel de Amorim, que leciona Filosofia e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas na mesma escola, acompanhou os alunos durante a visita. Para o professor, o trabalho do CAP vai além da adaptação de conteúdos. “Essa vivência amplia nossa consciência como educadores. Aprendemos técnicas como audiodescrição, que vou começar a aplicar nas minhas aulas. São saberes que beneficiam não apenas os alunos com deficiência, mas toda a comunidade escolar”, observou.

A estudante Larissa do Nascimento, que tem deficiência visual e está em processo de alfabetização em braile, participou da atividade com os colegas. Embora ainda enfrente desafios para se sentir plenamente incluída, Larissa reconhece a importância da ferramenta. “Eu sei fazer o alfabeto, os números e algumas palavras. Está me ajudando bastante”, contou.
Para o secretário de Estado de Educação, Aberson Carvalho, a ação reforça o compromisso da SEE com a promoção da equidade e da inclusão nas escolas acreanas. “O CAP tem recebido investimentos para garantir a produção de recursos acessíveis e a formação continuada de professores, refletindo diretamente na melhoria do atendimento educacional especializado”, afirma.