O Tribunal de Justiça do Estado do Acre, representado pelo desembargador Francisco Djalma da Silva, do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo do Acre, esteve no Polo Moveleiro do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) nesta quinta-feira, 23, para acompanhar as atividades da fábrica de instrumentos musicais Sons da Liberdade, recém-inaugurada.
O espaço proporciona o curso de luthieria para 15 detentos, e pretende alcançar 40 reeducandos nesse primeiro momento. Tem como objetivo ensinar os privados de liberdade a construir e consertar instrumentos musicais e, por meio dessa atividade, ressocializar e dar a oportunidade de, quando saírem do sistema prisional, já terem uma profissão com a qual seguirão suas vidas.
Acompanhado do presidente do Iapen, Alexandre Nascimento, o desembargador Djalma falou sobre o impacto desse projeto: “Isso aqui é um passo pequeno, mas gigantesco, e muito interessante para todos aqueles que vivem dentro do sistema. Eu quero parabenizar o Alexandre, a todos aqueles que integram o projeto, a doutora Andréa, a desembargadora Regina, a Débora. Sobretudo, o pessoal do Iapen, que está à frente dessa situação, desse trabalho. Isso é extremamente importante. Nunca se fez isso aqui no estado, de maneira que esse primeiro passo é extremamente importante. Essas pessoas estão vindo aqui, estão adquirindo uma profissão que certamente irão utilizar lá fora quando terminarem, digamos assim, as suas reprimendas”.
O Iapen está trabalhando com diversos projetos de ressocialização dos detentos, onde todos só têm a ganhar, tanto os reeducandos quando saírem do sistema prisional, como a própria sociedade, é o que explica o presidente da autarquia, Alexandre Nascimento: “É uma atividade que é implícita ao sistema penitenciário, ressocializar. Em parceria com o Tribunal de Justiça, esse grande parceiro que não só acompanha as ações de execução penal, mas também investe na ressocialização. O governo do Estado tem proporcionado ao sistema penitenciário todo esse espaço que garante que nós façamos o processo de ressocialização por completo. O Ibama também é um grande parceiro ao fornecer essa madeira, que é usada com essa finalidade específica e com outras atividades também, como o processo de marcenaria, a construção de móveis, e, no fim, quem ganha é a sociedade, porque esses reeducandos serão devolvidos ao meio social em uma condição muito melhor do que chegaram aqui”.
Durante o curso de luthieria, que foi dividido em três módulos, os reeducandos aprendem não só a fazer ou consertar instrumentos, como também são informados sobre como funciona o mercado de trabalho nessa área, com o intuito de que possam, de fato, seguir com a profissão, é o que destaca Jardel Costa da Silva, que é policial penal e também instrutor do curso: “Durante esse processo eu vou conversando com eles, dando uma perspectiva de mercado, como funciona o mercado lá fora, com o que dá para trabalhar, e assim eles vão tendo uma visão. Uma etapa legal também é que um dos instrumentos que eles fizerem aqui vai ser deles, então cada um já vai ter um produto para, quando sair, conseguir mostrar e aí já começar a construir um currículo a partir disso”.
L. N. V., que está participando do curso, fala que aprender essa profissão pode ajudar a mudar de vida: “É uma profissão muito legal. É um sonho ter realizado também esse curso. O professor me deu uma oportunidade. Eu agradeço muito a ele e todo o Iapen, que trabalha com a gente, que ajuda a gente. Só tenho a agradecer mesmo, o motivo para mudar de vida e a esperança de conseguir alguma coisa mais na frente, no futuro”.