Na noite de sexta-feira, 11, os moradores de Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá, tiveram a oportunidade de ouvir, pela primeira vez, uma palestra explicando sobre as etapas, perspectivas e possíveis impactos ambientais causados pela exploração de petróleo e gás na região.
As informações foram repassadas pelo especialista em petróleo e gás da Petrobras, e natural de Cruzeiro do Sul, Nilo Pereira Santiago, que explicou que o gás está na cozinha, na geladeira, no fogão, nos veículos, equipamentos, máquinas, energia para iluminação. É uma fonte de energia não-renovável, mas tem uma vantagem: Não gera resíduo. “Se você vai transformar energia suja, que é o gás, por exemplo, em energia limpa, você vai ter um custo baixo para quem vai pagar, pro consumidor final,” comenta o especialista. Ele acrescenta ainda que a produção traz impacto “só que, no Brasil, como a nossa lei ambiental é bastante rígida e os órgãos ambientais são bastante rigorosos, e por se tratar da Petrobras, nós sempre tivemos o cuidado de não só fazer aquilo que a legislação pede, mas fazer duas, três vezes mais, a reparação de um dano causado ao meio ambiente”.
Taumaturgo Lima, deputado federal, um dos apoiadores da iniciativa, complementa: “Não é admissível nós que moramos na Amazônia, com a grande riqueza que nós temos, o nosso povo não poder usufruir da nossa riqueza, tanto os produtos florestais quanto gás e petróleo”.
A exploração do petróleo e gás natural no Acre também deve gerar oportunidade de emprego, indústrias e crescimento econômico para todo o Estado. “A gente que é empresário, a gente acredita muito no futuro. Por exemplo eu fiz um investimento já pensando nesse investimento da Petrobras em Cruzeiro do Sul,” compartilha Arlindo Queiroz, empresário do setor hoteleiro.
No vizinho Peru, há poucos quilômetros, há dezenas de empresas fazendo exploração na mesma região que compreende a bacia sedimentar do Acre e Madre de Dios, por isso acredita-se no potencial do Vale do Juruá. O governador Tião Viana está envolvido com este projeto desde que era senador, quando alocou recursos no orçamento da união, fez a articulação com o Ministério do Planejamento e garantiu a realização de todos os estudos necessários (entre eles geoquímico, sísmico, sísmico 3D), e todos apontam a presença do derivado de petróleo e gás na região.
“Então, a certeza de uma nova frente econômica, de um novo ambiente pra vida social, econômica do Juruá e do Acre tá posta aqui,” conclui o governador.
Para que os trabalhos sejam iniciados no Estado algumas etapas ainda precisam ser cumpridas.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) lançou pré-edital que indica que nos dias 27 e 28 de novembro vão ocorrer os leilões para a exploração de diversos blocos, inclusive os que foram apontados no Acre. Depois será realizado o trâmite da documentação e a licença para instalação. Definida a empresa, haverá o processo de instalação das bases, os campos de prospecção. A expectativa é de que, em dois anos, já esteja em operação. “E o governador já assumiu o compromisso de destinar parte importante dos royalties e de tudo que vier de valor agregado a essa exploração para educação, saúde e, fundamentalmente para programas ambientais”, finaliza o senador Aníbal Diniz.
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