Ação faz parte da V Semana da Diversidade
Estudantes de várias escolas de ensino Fundamental e Médio de Rio Branco participaram nesta quarta-feira,16, na Secretaria de Educação do Seminário Escola sem Homofobia promovido pela Associação de Homossexuais do Acre (Ahac). A iniciativa, que faz parte das atividades da V Semana da Diversidade, busca dialogar com esses problemas enfrentados no cotidiano escolar e incentivar a construção de políticas públicas em favor dos direitos humanos. Durante todo o dia de amanhã, 17, a mesma temática será discutida com 40 professores.
De forma dinâmica e com uma linguagem adaptada aos adolescentes, o palestrante Clóvis Arantes, mestre em Políticas Públicas, discutiu conceitos como gênero, sexualidade, orientação sexual e as múltiplas diversidades que englobam a temática.
A p"Esta atividade foi bem interessante porque a dinâmica nos fez despertar para a existência do preconceito que vê a homossexualidade de forma anormal, nós estudamos esse assunto em sala de aula e parece que isso ainda é coisa de outro mundo", explica o estudante da escola José Rodrigues Leite, Italo Santos, 16 anos.
Os organizadores da 5ª Semana da Diversidade escolheram o tema "Escola Sem Homofobia" após tomarem conhecimento do resultado de uma pesquisa realizada pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais AnísioTeixeira – INEP,onde mostrou que 87% da comunidade escolar, seja professor, alunos, pais e diretores possuem algum grau de preconceito.
"A maior dificuldade encontrada para discutir essa temática em sala de aula é a falta de conhecimento dos professores em lidar com o assunto, muitas vezes ele não se sente seguro devido aos tabus construídos culturalmente", explica o palestrante. Segundo Arantes o Ministério da Educação e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) estão realizando uma pesquisa qualitativa para análise da questão da homofobia no processo educativo, focalizando secretarias estaduais e municipais de Educação.
O projeto também trouxe outros dados interessantes como a constatação de que os alunos que apresentam predisposição em manter contatos de menor proximidade com os grupos sociais pesquisados tendem a apresentar melhores resultados na prova Brasil, além de revelar que o desenvolvimento escolar é diretamente proporcional à flexibilidade do aluno em discutir temáticas como orientação sexual, gênero e necessidades especiais, entre outros.
Concluído no final de 2008, o projeto de estudo sobre ações discriminatórias no âmbito escolar foi aplicado em 26 estados brasileiros e teve como meta contribuir para a implementação do Programa Brasil sem Homofobia pelo Ministério da Educação, através de ações que promovam ambientes políticos e sociais favoráveis à garantia dos direitos humanos e da respeitabilidade das orientações sexuais e identidade de gênero nas redes de ensino.