A política de incentivo aos serviços ambientais do Estado do Acre visa garantir que benefícios retornem às comunidades e pessoas que protegem e usam com sustentabilidade as florestas, as terras e os rios, bem como aos que protegem os conhecimentos tradicionais e as riquezas da biodiversidade. Essas pessoas estão entre os indígenas, entre os extrativistas, produtores rurais, ribeirinhos e até nas cidades.
De acordo com a chefe do departamento de normatização do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), “garantir que as mulheres, que são fundamentais em todas estas comunidades, participem nos frutos e oportunidades dessa política é a preocupação do governo do Estado do Acre, que, por meio do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais [IMC], está realizando este workshop de quatro dias, em parceria com a Organização Internacional de Mulheres para o Meio Ambiente e Desenvolvimento [tradução para a sigla Wedo], e com apoio ONG internacional Care e da Rede Acreana de Mulheres e Homens”.
“Definir os indicadores que vão medir a participação justa e igualitária das mulheres na repartição dos benefícios da política de incentivos a serviços ambientais é o objetivo do Workshop Gênero, REDD+ e Florestas: Fortalecendo a Participação das Mulheres”, explicou Ayri Rando, consultor da ONG Care/Brasil, uma das instituições apoiadoras do evento.
Principalmente no campo e nas florestas as mulheres estão lado a lado com seus companheiros, dividindo tarefas e responsabilidades. Elas não se furtam do trabalho alegando fragilidade, que não seja confundida com a delicadeza e a vaidade singular que nunca faltam. São mulheres que plantam e colhem na roça e nas hortas, que pescam, que cuidam das criações de pequeno animais, que manejam os óleos, as castanhas, as sementes das florestas. E são guardiãs do conhecimento tradicional das plantas medicinais e reservam para si o nobre trabalho de trazer pessoas à vida, na função de parteiras.
De acordo com Concita Maia, secretária de políticas para mulheres (SEPMulheres), o Governo está sensibilizado para a inclusão das mulheres na linguagem das políticas públicas de Estado, pois a linguagem é o reflexo do pensamento da pessoa. “Estamos em um momento profícuo para o resgate do papel das mulheres na história do Acre. A construção do futuro tem que ser feita de forma sensível aos gêneros e participativa”, reforçou.
Maria Mavi, que é secretária da primeira assistência social do Sindicato dos Trabalhadores Rurais no Acre, junto com as demais participantes, deu grandes contribuições para cristalização dos indicadores de identificação das mulheres do Acre. De acordo com ela, quando a mulher não tem o conhecimento, não é capacitada, ela deixa de conhecer o seu direito. “Esses quatro dias tem sido muito importantes, aprendi muito. Um conhecimento que todas as companheiras deveriam ter”.