A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) coordenou a 1ª Oficina Estadual: “Masculinidades e Paternidades Equitativas: Ações Estratégicas no Território”, nesta quinta-feira, 28, no Museu dos Povos Acreanos, em Rio Branco, em parceria com o Ministério da Saúde e Instituto ProMundo.
Com o objetivo de reunir gestores e profissionais da saúde para debater estratégias de cuidado e promoção da saúde masculina, em alusão à campanha Novembro Azul, recebeu entre os convidados representantes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e Polícia Militar do Estado do Acre (PMAC).
O evento faz parte das ações da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), pioneira na América Latina ao propor cuidados específicos à população masculina. A PNAISH busca reduzir a morbidade e mortalidade masculina, promovendo acesso a serviços de saúde inclusivos e preventivos e abordando temas como paternidade, saúde sexual e reprodutiva, e prevenção de violências e acidentes.
Paternidade como porta de entrada para o cuidado masculino
Segundo Luiza Tanuri, coordenadora de projetos do Instituto Promundo, a oficina teve como foco instrumentalizar os profissionais de saúde para engajar homens em ações preventivas.
“Trabalhamos a importância da paternidade participativa como uma forma de envolver os homens no cuidado com os filhos, mas também no cuidado com a própria saúde. O envolvimento no pré-natal é um instrumento para fomentarmos essa presença do homem, na execução de todo seu atendimento básico, fazendo seu check-up”, destacou Tanuri.
Johnata Paiva, coordenador do Núcleo Estadual de Saúde do Homem da Sesacre, enfatizou que a oficina também abordou o impacto das construções sociais de masculinidade na saúde.
“O machismo e a forma como os homens foram socializados acabam os afastando dos cuidados básicos e os tornando mais suscetíveis às violências. A oficina não só apresenta essas questões, mas também estratégias para enfrentá-las nos territórios, promovendo uma paternidade ativa e equitativa”, afirmou.
A saúde masculina em números e desafios
Dados do Ministério da Saúde revelam que homens vivem, em média, 7,1 anos a menos que as mulheres e apresentam maior risco de morte por doenças crônicas não transmissíveis, como problemas cardiovasculares e respiratórios, agravados por estilos de vida pouco saudáveis. Além disso, os homens morrem mais frequentemente por causas violentas, o que reforça a necessidade de políticas públicas focadas na prevenção e promoção da saúde.
A assessora técnica da Coordenação Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, Carol Picerni, ressaltou a parceria com o Instituto Promundo como fundamental para abordar a temática de masculinidades e violências.
“Nossa sociedade gira em torno de uma ideia de não cuidado com a população masculina, e precisamos desconstruir isso. Por meio de ações como essa oficina, estamos integrando conceitos e práticas para engajar os homens de maneira mais equitativa e responsável”, explicou.
A oficina ajuda os profissionais, em conjunto com o Ministério da Saúde, a traçar caminhos para a promoção da saúde masculina, desenvolvendo a ampliação do acesso aos serviços de saúde por meio de horários estendidos e estratégias específicas, com o envolvimento masculino em programas como o pré-natal do parceiro; criação de grupos de discussão sobre masculinidades e saúde; promoção de paternidades participativas e igualitárias; e implementação de ações para reduzir a violência e os acidentes, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade.
O evento reforçou a importância de engajar os homens em práticas de cuidado e saúde, destacando que a construção de masculinidades mais saudáveis é um caminho para melhorar os indicadores de saúde e qualidade de vida da população masculina.