Estado e sociedade civil se posicionam contra violência sofrida por mulheres em espaços de poder

Na última semana, vieram a público em nosso estado dois casos de violência contra a mulher, um deles envolvendo a vereadora do Bujari, Eliane Abreu, agredida verbalmente no trabalho, e outro a digital influencer Jéssica Ingrede, que foi vítima de comentários misóginos e machistas em suas redes sociais.

No caso da vereadora, ela sofreu grave ameaça no ambiente de trabalho. “Vou te quebrar”, foi o que o vereador José Gilvan falou, durante sessão extraordinária da Câmara Municipal no dia 27 de janeiro.

Logo o governador Gladson Cameli, a vice-governadora Mailza Assis, a secretária Adjunta da Mulher Márdhia El-Shawwa e o Conselho Estadual de Políticas para as Mulheres (Cedim) se posicionaram em nota de repúdio ao ato de violência sofrido pela parlamentar.

Por sua vez, a influenciadora Jéssica Ingrid sofreu ultrajes nos comentários de sua postagem no Instagram, no dia 29 de janeiro, sobre sua participação no jogo final da Supercopa. Na postagem, um dos seguidores comentou: “Sou fuxiqueiro não, mas acho que alguém da CBF tá deitando e rolando ela kkkkk”.

A influenciadora ficou tão indignada com a situação que em seguida postou um vídeo expondo a situação e informou que vai tomar providencias judiciais. “Um basta para piada machista querendo desqualificar a mulher”, disse Jéssica.

Após o caso, a Secretaria Adjunta da Mulher do Acre publicou nota de apoio a Jéssica, colocando-se à disposição para qualquer tipo de encaminhamento necessário.

O Acre ocupa o primeiro lugar no ranking de feminicídio desde 2018, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Portanto, combater a violência de gênero é um dos maiores compromissos do governador Gladson Cameli.

Reafirmando o seu empenho, esta semana Cameli anunciou a destinação de mil vagas extras de CNHs Sociais para mulheres vítimas de violência no estado.

A secretária adjunta da Mulher, Márdhia El-Shawwa, desde o dia em que assumiu o cargo, tem feito um trabalho firme no combate à violência de gênero, convidando prefeitos, instituições e sociedade civil para discutir a problemática.

Recentemente, a Secretaria Adjunta da Mulher firmou parceria com a Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes para inserir nas escolas da rede estadual de ensino a temática da violência contra a mulher.

Ao longo dos anos, a população feminina foi conquistando vários direitos nas políticas de igualdade de gênero do país. Mulheres são maioria nas universidades brasileiras, mas têm mais dificuldade em encontrar emprego, conforme aponta o relatório Education at Glance 2019.

Os acontecimentos recentes demonstram que a sociedade ainda precisa evoluir no quesito do respeito às mulheres, e que muitos homens têm dificuldades de aceitar a liderança feminina e mulheres nos espaços de poder.

Acredito que o trabalho determinado da Secretaria Adjunta da Mulher e a união dos órgãos, entidades e sociedade civil surtirá efeito no combate ao preconceito e violência de gênero em nosso estado, e torço para que os casos de Eliane Abreu e Jéssica Ingrid não se repitam.

Andréia Nobre é jornalista, repórter da Secretaria de Estado de Comunicação e especialista em Marketing Digital e Administração Pública