Em Cruzeiro do Sul, no auditório da Universidade de Brasília (UNB), o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), está promovendo, entre os dias 13, 14 e 15 de maio, uma oficina de formação de agentes e pesquisadores populares de saúde.
O evento tem finalidade de capacitar profissionais da área da saúde e de entidades públicas educacionais para enfrentamento da leptospirose na região do Juruá. Outros órgãos públicos estão envolvidos nessa atividade. São eles: Ministério da Saúde, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria de Saúde Indígena, Universidade Federal do Acre (Ufac), Divisão de Vigilância em Saúde, Centro de Zoonoses e outros.
Sobre a doença no Juruá
A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada leptospira, presente na urina de ratos e outros animais, transmitida ao homem especialmente em períodos de inundações.
O Acre é o 3º estado com maior índice da doença, estando a maior parte dos casos concentrada em Rio Branco e Cruzeiro do Sul.
Os sintomas mais frequentes são parecidos com os de outras doenças, como a gripe e a dengue. Os principais são: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas (batata-da-perna), podendo também ocorrer vômitos, diarreia e tosse.
O tratamento da enfermidade é baseado no uso de medicamentos e outras medidas de suporte, orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados.
Para o controle da leptospirose, são necessárias medidas ligadas ao meio ambiente, tais como obras de saneamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto), melhorias nas habitações humanas e o combate aos ratos.
O que relataram
“A ocorrência desta enfermidade está relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. As inundações propiciam a disseminação e a persistência do agente causal no ambiente, facilitando a surgimento de surtos. Por isso, essa ação é importante para o enfrentamento adequado da doença, em especial para nossos militares que estão em campo nos períodos de inundações.”
Tenente França, Corpo de Bombeiros.
“Baseando-nos em pesquisas científicas, estamos utilizando a tecnologia social para construirmos o expresso Lepto, que visa mapear e identificar portadores da doença e outras peculiaridades. O projeto se dividirá em módulos. Começamos com os profissionais de saúde, apontando as especificidades deste território e no segundo semestre realizaremos a conversa com a sociedade.”
Roberto Ferreira, pesquisador da Fiocruz.
Esta atividade é muito importante para melhorar nossa qualificação e, consequentemente, reduzir a incidência e agravos da doença em nossa região. A Sesacre e demais órgãos de saúde vêm desenvolvendo um importante trabalho de prevenção e controle dessas zoonoses no Juruá.”
Sheila Andrade, enfermeira do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei).