A Lei Maria da Penha completou 15 anos no último dia 7. Em referência ao Agosto Lilás, que tem o objetivo de promover o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, as atividades de conscientização e combate continuam. Por isso, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Assistência Social, dos Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres (SEASDHM), realizou na manhã desta terça-feira, 17, o evento Por Todas Elas, no pátio da instituição.
A ação contou com a presença da desembargadora Eva Evangelista Souza; da juíza de direito do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), Andréa Brito; representando a Defensoria Pública, Simone Santiago; a representante da Ordem Advogados do Brasil (OAB), Selene Bertoline; e outros representantes de instituições.
No início do mês, as luzes na cor lilás foram acionadas no Palácio Rio Branco pelo governador, Gladson Cameli, e pela primeira-dama, Ana Paula Cameli. O intuito é que, durante todo o mês, a população seja alertada sobre a causa.
A diretora de Políticas Públicas para as Mulheres da SEASDHM, Isnailda Gondim, agradeceu a presença de todas as instituições acreanas, por estarem sempre empenhadas em preservar a dignidade das mulheres.
“Hoje estou muito feliz porque nunca houve no Acre uma movimentação como esta do Agosto Lilás; 16 municípios do estado estão trabalhando e intensificando o tema, com debates, seminários ou uma ação a mais simples que seja; o importante é dar visibilidade a esta luta”, pontua a diretora.
Além de rodas de conversas e ações voltadas para o Agosto Lilás, a SEASDHM também tem realizado atendimentos no Ônibus Lilás, que contribui, por meio de uma equipe multidisciplinar, com orientações psicológicas e jurídicas, além de conversas sobre empoderamento econômico e enfrentamento à violência contra a mulher e meninas.
O que eles disseram
“Este é um mês necessário para nós, mulheres. Ele traz e reporta muitos sentimentos, afinal muitas de nós já vivenciamos, em algum momento da nossa vida, situações de violência doméstica. Muitas mulheres que estão hoje no Iapen passavam violência doméstica, muitas eram induzidas pelos seus parceiros a fazer algo, e isso também é violência.”
Cláudia Costa, representando o presidente do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), Arlenilson Cunha
“Todos nós que estamos aqui, mulheres e homens, estamos envolvidos nesta causa. Me preocupo muito com as mulheres, principalmente as que são invisíveis e não têm voz na sociedade. Meu desejo é que este trabalho continue não somente este mês, mas todo o ano e seja constante.”
Eva Evangelista Souza, desembargadora do TJAC
“Espaços nos tribunais, na polícia e nas câmaras precisam ser conquistados por nós, mulheres; o quantitativo ainda é pequeno, mas sei que é possível. Isso vai demonstrar que estamos avançando de forma muito clara.”
Andréa Brito, juíza de direito do TJAC
“Recebemos denúncias diariamente e precisamos continuar este trabalho, levar a voz das mulheres que não são ouvidas às autoridades e oferecer apoio.”
Giovana Castelo Branco, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim)
“Acho fundamental o trabalho de conscientização dirigido aos homens, afinal, eles também precisam da nossa ajuda. É muito valioso que estes homens e mulheres estejam aqui presentes neste momento, em defesa dessa causa.”
Simone Santiago, defensora pública geral
“Tem algo muito valioso a ser divulgado. Das mulheres que receberam medida protetiva, nenhuma morreu, não houve feminicídio desde o início dos trabalhos da Patrulha Maria da Penha, mas queremos expandir e alcançar grandes números, principalmente na área rural.”
tenente Priscila Siqueira, da Patrulha Maria da Penha
“Os homens também podem ajudar e apoiar a causa. Estamos aqui para prestar ajuda e apoiar essas mulheres que precisam e que passam por todos os tipos de violência.”
sargento Caio Cersa Souza, da Patrulha Maria da Penha
“Me sinto privilegiada por ter este local de fala. Quando falamos das mulheres, não falamos apenas de violência, mas também de empoderamento. Hoje temos um trabalho voltado para as mulheres da Comissão da Mulher Advogada; elas também são vítimas de violência.”
Selene Bertoline, representante da OAB e vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada
“Tenho certeza de que muitas das mulheres que estão aqui hoje estão se levantando para que nenhuma outra sofra algum tipo de violência. Lutamos para que os nossos direitos e a justiça sejam iguais para ambos os sexos.”
Doutora Michelle Melo, vereadora de Rio Branco