No coração do polo agroflorestal Wilson Pinheiro, a manhã deste sábado, 22, foi de festa e também de aparar o cabelo, de pesar as crianças para o programa Bolsa Família, de aprender a cuidar do meio ambiente, de comer bolo com suco, e, de quebra, jogar dama, xadrez e ouvir contação de histórias.
Tanta atividade reunida no ambiente escolar foi motivada pelo Dia da Família. A Escola Wilson Pinheiro, localizada a cinco quilômetros de ramal, cuja entrada se dá no km 17 da estrada Transacreana, leva o nome do líder seringueiro e sindicalista que pagou com a própria vida por liderar o Mutirão contra a Jagunçada, em 1980, em Brasileia, confrontando pistoleiros que ameaçavam posseiros da região.
“Quem perdeu a festa foi por não saber que havia ou por não saber o que é bom”, disse o estudante do 4º ano Nilo Esdras da Silva Freitas, de 9 anos.
E a alegria dele tem uma razão: a data foi uma forma encontrada pela direção para reunir a comunidade escolar, incluindo pais, mães e tios dos 130 estudantes, reforçando o conceito de que educação é um dever da família e que pode ser divertida.
Ao microfone, diante de uma plateia de trabalhadores da lavoura e de donas de casa, a gestora Francielda Lima da Cunha Pinheiro aconselhou: “Quando a família não tem tempo para se olhar, quando não tem tempo para analisar o que está acontecendo no seu lar e na escola, o real objetivo, que é o da formação de cidadãos conscientes de seu papel no mundo, poderá se perder. Sem família não existe escola”.
Direção e professores têm muito do que se orgulhar, pois o chamado à comunidade foi considerado um sucesso.
Apoiados pela Escola da Floresta, que oferta cursos a produtores rurais no antigo Colégio Agrícola, os educadores permitiram, por exemplo, à comunidade do Wilson Pinheiro o aprendizado da customização de garrafas pet em brinquedos e utilidades domésticas ou fazer porta-retratos a partir de caixas de papelão.
Do Instituto Dom Moacyr vieram os cabeleireiros-aprendizes para embelezar jovens como Brenda Silva, de 14 anos. “Faz tempo que não aparo as pontas de meu cabelo. Chegou a vez de um trato agora”, disse, empolgada.
Jaqueline Vital de Moraes, 27 anos, levou a filha, Maria Ester, de quase dois anos, para a pesagem por técnicos do Bolsa Família. “A escola aqui é uma referência para a gente. É um local que, além de servir para nossos filhos, também ajuda a gente a resolver as coisas de que precisamos”, declarou.