Em homenagem ao Dia do Índio, comemorado nesta quinta-feira, 19, o site G1 publicou matéria com o título: “Para ensinar ciência, levo os alunos à beira do rio, diz professora indígena”, exaltando a qualidade da Educação Indígena no Acre.
Tendo a interdisciplinaridade como principal marca, as 78 crianças e adolescentes da Escola Indígena Arara finalizaram mais uma semana de aulas na aldeia dos Arara Shawãdawa, nesta quinta-feira, 19. Com carga horária diferenciada da educação regular, o planejamento da escola é decidido coletivamente pela comunidade Arara, incluindo o conteúdo do currículo definido pelo governo e os ensinamentos tradicionais, sobre as histórias e costumes regionais.
A escola fica na terra da tribo, localizada a mais de 500 quilômetros da capital Rio Branco. Na grade curricular, de segunda a quinta-feira, cada dia da semana é dedicado a uma matéria, como arte, história, matemática e geografia, enquanto às sextas-feiras os alunos estão liberados para realização de atividades na companhia dos pais, como caça, pesca e trabalhos no roçado.
Além de gramática, dicionários, livros didáticos e DVDs, a Escola Indígena Arara trabalha com cartilhas indígenas e um recurso bem utilizado pelos habitantes locais: a natureza. “Não ficamos apenas no espaço da escola. Você tem o rio, a floresta, os animais, podemos estudar as coisas que os livros ensinam, com o auxílio do exemplo real. Na aula de ciências, podemos ter aula prática no rio”, relatou ao G1 a professora Francisca Oliveira de Lima Costa, atual coordenadora da Organização de Professores Indígenas do Acre.
Francisca, conhecida como Diaka na aldeia, atualmente está cursando o último ano de formação docente para indígenas na Universidade Federal do Acre (Ufac). Segundo ela, cerca de 50 professores cursam a graduação para continuar melhorando a qualidade de ensino desses alunos. “É preciso que eles conheçam os dois mundos: como é o mundo de fora e o nosso mundo também, evitando o choque cultural”, destacou.