Escola Estadual José Rodrigues Leite participa de primeiro Intercâmbio Brasil e Peru

Alegria dos alunos da Escola José Rodrigues Leite (Foto: Eunice Caetano/SEE)

Alegria dos alunos da Escola José Rodrigues Leite (Foto: Eunice Caetano/SEE)

“Indescritível, tudo valeu a pena!” Assim foi a conclusão dos 32 alunos da Escola José Rodrigues Leite (EJRL) que participaram do primeiro Intercâmbio Cultural entre Brasil e Peru, realizado no período de 7 a 17 de setembro em Lima. Conhecer a cultura, a tradição, a gastronomia, a religiosidade, os costumes e a receptividade do povo peruano encantou a delegação brasileira, que saiu do país com a promessa de recebê-los em julho de 2014.

A ansiedade estava estampada nos rostos dos alunos ao embarcarem na manhã do sábado, 7, no ônibus que os levaria ao Peru. Muitos estavam diante de algo totalmente novo: a primeira viagem internacional. Depois de dois dias de viagem, a tão esperada Lima, capital do Peru, apontava no horizonte da manhã de segunda-feira, 11. Os raios de sol saudavam os brasileiros, anunciando o fim da viagem. A bela recepção da equipe de gestores, pais e alunos do Consórcio Educativo Fermin Tangüis surpreendeu a equipe acreana.

Alunos e professores recebem carinho de autoridades do Distrito de San Juan de Mira Flores (Foto: Eunice Caetano/SEE)

Alunos e professores recebem carinho de autoridades do Distrito de San Juan de Mira Flores (Foto: Eunice Caetano/SEE)

As parcerias, ajudas e contribuições foram muitas para que o Intercâmbio Cultural acontecesse com êxito. Entre os parceiros está o Consulado Peruano no Acre, o deputado Sibá Machado, e o governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado de Educação e Esporte.

O Intercâmbio se apresentou com o objetivo de trocar conhecimentos científicos, políticos, culturais e linguísticos entre os dois países. Idealizado em 2011, o projeto ainda se propôs a estudar a cultura peruana, com o propósito de apresentar tudo o que foi aprendido em uma feira de ciência que será realizada pela Escola José Rodrigues em novembro.

Para o cônsul do Peru no Acre, Sandro Baldarrago, que foi para Lima recepcionar a equipe, ações dessa magnitude caracterizam-se pelo inter-relacionamento cultural, social e político entre os dois países. “As embaixadas do Brasil e do Peru estão empenhadas em promover outras iniciativas que resultem no estreitar das relações entre os países. Esperamos que outras escolas acreanas façam o mesmo, ao final todos saem ganhando”, afirma.

Autoridades do Distrito de San Juan de Miraflores homenageiam equipe acreana

O primeiro dia de estadia em Lima foi marcado por muitas emoções. Apresentações musicais, desfiles cívicos e condecoração com medalha de honra cívica marcaram a visita à prefeitura do Distrito de San Juan de Miraflores. Na solenidade, a execução do hino nacional brasileiro mexeu ainda mais com a emoção dos alunos acreanos, que não aguentaram e choraram demonstrando o amor, carinho e orgulho pelo Brasil.

“Não teve como conter as lágrimas, a emoção falou mais alto. Tudo isso é a realização de um sonho. Para nós acreanos tudo foi especial. Ao nos prontificarmos em conhecer este país não sabíamos que iríamos nos deparar com pessoas tão especiais e carinhosas. A valorização da família e dos amigos é algo que chama atenção e encanta. Antes pensávamos que o povo brasileiro era muito receptivo, mas o povo peruano superou todas as nossas expectativas: são amáveis e muito amigáveis”, ressaltou Irina de Araujo Lima, aluna do terceiro ano da EJRL.

O prefeito de San Juan de Miraflores, Adolfo Ocampo, ressaltou que foi “uma honra receber alunos e professores acreanos para uma rica troca de experiência cultural entre os dois países. É um orgulho para todos nós recepcioná-los”. Na oportunidade, elogiou o futebol e a música brasileira. Como não poderia ser diferente, a solenidade encerrou com a música “Meu Brasil Brasileiro”.

Acreanos são recebidos por embaixador e parlamentares

Conhecer um pouco sobre a tradição e as origens do povo peruano foi outro momento marcante da viagem. A primeira visita cultural foi ao Museu de La Nación, inaugurado em 1990. Os quatro andares são dedicados às manifestações culturais do Peru de diferentes períodos. Além das exposições temporárias, o local abriga réplicas da vida pré-colonial, tapeçarias, cerâmicas, armas, mobiliário, vestuário e maquetes dos principais sítios arqueológicos do país.

Alunos são recebidos pelo presidente do Congresso da República Peruana (Foto: Eunice Caetano/SEE)

Alunos são recebidos pelo presidente do Congresso da República Peruana (Foto: Eunice Caetano/SEE)

Em seguida, os acreanos foram recepcionados no Palácio de La Nación; no Congresso da República e na Embaixada do Brasil em Lima. “O palácio de governo é magnífico. As obras de arte, os candelabros, os vitrais, a arquitetura de influência greco-romana é de tirar o fôlego de quem o visita. Simplesmente extraordinário”, comentou a aluna Ida Geovana.

No Congresso, o parlamentar e membro da comissão das relações exteriores, Justiniano Apazo Ordoñez, falou da alegria e da importância de intercâmbios como este. “Apoiamos todas as ações que trabalhem a troca de conhecimento entre Brasil e Peru. Temos, a partir de agora, de expandir e divulgar a iniciativa para outros estados brasileiros, para que tenham a oportunidade de vivenciar e conhecer os costumes e as tradições de outros países”.

Na Embaixada do Brasil em Lima, o embaixador Carlos Alfredo Lazary fez questão de conversar com a equipe. Enfatizou que a iniciativa representa um marco de colaboração na relação entre os dois países. “A visita nos enche de alegria. É louvável o que a escola acreana está promovendo a esses jovens. É uma oportunidade de vivenciarem experiências que levarão para o resto de suas vidas. O governo brasileiro pretende criar condições para que intercâmbios culturais sejam frequentes e aconteçam cada vez mais. Temos que fazer disso, não uma exceção, mas algo que deve ser incluído no calendário das escolas brasileiras. A conhecida Estrada do Pacífico tem o efeito mágico de mudar a cabeça, costumes, conceito, perspectivas e percepção de mundo dos povos da fronteira”, observa Lazary.

A rica troca de conhecimento entre os dois povos

O Consórcio Educativo Fermin Tangüis, responsável pela equipe brasileira durante uma semana, proporcionou uma magnífica acolhida ao povo acreano. Ao longo da semana o colégio promoveu mesas redondas com temas voltados para os eixos: produção de alimentos, saneamento básico, políticas públicas de saúde e poluição ambiental. De maneira organizada e planejada, os alunos participaram também das aulas que aconteciam na escola.

O professor idealizador do projeto Weider Monteiro recebeu das mãos do prefeito de San Juan de Miraflores placa (Foto: Eunice Caetano/SEE)

O professor idealizador do projeto Weider Monteiro recebeu das mãos do prefeito de San Juan de Miraflores placa (Foto: Eunice Caetano/SEE)

Para o idealizador e responsável pelo projeto, Weider Monteiro a experiência serviu para comprovar o quanto foi proveitosa a promoção do Intercâmbio Cultural entre os dois países. “Ter acesso a informações de como os peruanos conduzem o processo pedagógico na escola e a visão de educação que eles querem para seus alunos foi algo extremamente positivo, pois percebemos que o Acre também está no caminho certo. A oportunidade de participar de um intercâmbio dessa natureza deve ser dada a todos. O estado brasileiro deve pensar nisso como uma formação para alunos e professores, pois nos é dada a oportunidade de constatar que o aprendizado em sala de aula é aplicável no nosso dia-a-dia”, afirma Weider.

Para o diretor-adjunto do Consórcio Educativo Fermin Tangüis, Luis Domínguez Alor, “o que foi vivenciado no período de uma semana foi de um valor inestimável para alunos e professores do nosso colégio. Hoje temos a certeza que fizemos a coisa certa ao abrir as portas para os brasileiros. O que mais nos chamou atenção foi a fraternidade entre os dois países. Queremos estar mais unidos, por entendermos que juntos formaremos uma grande comunidade de paz e amor”, enfatiza.

Viagem muda e amplia percepção de mundo de alunos e professores

Para participar do Intercâmbio Cultural os alunos do 1º, 2º  e 3º anos do ensino médio da Escola José Rodrigues Leite foram selecionados pelas notas. Apenas aqueles que conseguiram as melhores notas foram contemplados com a viagem. A determinação de todos em conhecer o Peru fez com que, segundo eles, tudo valesse a pena.

Foram diversos momentos marcantes ao longo da semana, mas, para muitos, a emoção de conhecer o mar foi única. Pulos, gritos e saltos: foi assim o primeiro contato com o Oceano Pacífico que, com suas águas azuis, recepcionou os acreanos em um lindo dia de sol. “Não sei se terei outra chance de ver o mar novamente. Por isso, tanta alegria em meu coração. Não dá para descrever o turbilhão de emoção que me invade neste momento”, ressaltou a aluna Samantha de Oliveira Alves.

Já para Hugo de Oliveira, o intercâmbio serviu para alargar a percepção de mundo. “Essa oportunidade serviu para despertar a vontade de conhecer outros países, seus costumes e seu povo. Tudo o que vivenciamos foi extraordinário, principalmente porque fizemos uma pesquisa sobre o Peru e tivemos a chance de conhecer pessoalmente tudo o que havíamos pesquisado e conhecido através da internet”.

“A minha percepção de mundo mudou depois dessa viagem, não serei mais a mesma. Tudo o que aprendi sobre o Peru irei repassar para minha família, amigos e colegas de escola. Vou ressaltar a importância do aprendizado de Espanhol em sala de aula, pois tudo o que aprendi serviu para ampliar meus conhecimentos e perceber a diferença entre as culturas brasileira e espanhola”, afirma Thainá de Sousa.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter