A décima edição da mostra Viver Ciência, que acontece nas dependências da escola estadual Armando Nogueira, este ano, extrapolou os limites do estado. Um trabalho de uma escola de Boca do Acre, no Amazonas, faz parte dos 162 que estão sendo apresentados.
A escola amazonense participante da mostra Viver Ciência é o Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti) Elias Mendes da Silva e o trabalho apresentado é o “Uso do saber popular na produção da rapadura para o aprendizado de química nas separações de mistura”.
O trabalho é coordenado pela professora Josina Barros de Queiroz, apresentado pelos alunos de ensino médio Davi Lucas Ydarra Venâncio, Caroline Pereira de Souza Apurinã, Isabely Cruz de Souza e Izabelly Viana da Silva.
De acordo com o aluno Davi Lucas, o trabalho tem a ver com o conhecimento científico, mas também com o saber popular. “É um elo entre o conhecimento científico e o entendimento empírico, pois precisamos valorizar a cultura popular”, disse.
A rapadura, segundo ele, tem cinco etapas de produção. A primeira é a retirada da cana, chamada de catação; a segunda é tirar as impurezas externas para colocar no engenho; a terceira é a filtração, para tirar as impurezas internas; a quarta é a evaporação, quando se coloca o caldo em um tacho até se transformar em melaço; e a quinta etapa é cristalizar e colocar em uma fôrma.
Para o aluno Davi Lucas, apresentar um trabalho na mostra Viver Ciência tem sido um grande aprendizado. Ele reconhece as dificuldades, como a questão do transporte e também a mobilidade em Rio Branco, mas destaca que a experiência tem sido positiva. “É um projeto inovador e a gente tem a possibilidade de conhecer outras pessoas”, disse.
A aluna Caroline Pereira Apurinã também destaca a importância de apresentar o trabalho na mostra Viver Ciência. “Está sendo um aprendizado muito importante e a gente acaba incentivando outras pessoas, pois é fundamental valorizar a cultura local”, afirmou.