Escola de Porto Acre realiza busca ativa na zona rural

A Escola Plácido de Castro, localizada em Porto Acre, realizou nesta quarta-feira, 8, uma busca ativa de alunos na zona rural, sobretudo no Ramal do Caquetá e outros adjacentes. A ação foi coordenada pelo diretor Alíbio Caruta, o Binho.

De acordo com o diretor, desde o início da pandemia a escola perdeu muitos alunos. “Por isso resolvemos realizar essa busca ativa, já que muitos dos nossos alunos residem em ramais ou são ribeirinhos”, informa. O procedimento, na verdade, vem sendo realizado desde a semana passada.

Busca ativa percorreu ramais do município de Porto Acre. Foto: Mardilson Gomes/SEE

No dia 1º, a gestão escolar, juntamente com os professores, realizou a busca na região urbana da cidade, oportunidade em que se chegou a fazer, de acordo com o diretor, muitas matrículas. “Conseguimos resgatar alunos que estavam evadidos”, destaca.

A tarefa, tanto na cidade quanto na zona rural, está sendo realizada em parceria com o núcleo da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (SEE) de Porto Acre, localizado na Vila do Incra, com o Conselho de Assistência Social (Cras) e o Conselho Tutelar.

Professores aproveitaram para levar material impresso aos alunos. Foto: Mardilson Gomes/SEE

A gestão escolar e os professores, além de resgatarem os alunos que estavam evadidos, levaram apostilas para que eles pudessem realizar as tarefas. As apostilas, juntamente com o Programa Escola em Casa é um dos modos pelos quais os alunos estudam remotamente.

“Iniciamos a busca ativa na sede do nosso município mas, como a maioria dos alunos é da zona rural, estamos dando continuidade agora, resgatando quem estava evadido. Com isso, podemos fazer até mesmo matrículas novas; é um trabalho que está dando certo”, afirma o diretor da escola.

Não desistir

Em Porto Acre, a busca ativa da escola conta com o apoio dos pais. Para eles, desistir não é um verbo que existe no dicionário e a maioria faz tudo o que pode para que o filho possa continuar estudando.

É o caso, por exemplo, de dona Rita Mendes Barbosa, avó do aluno Natanael Pereira Lacerda, que aos 12 anos estuda no 6º ano do ensino fundamental, anos finais. “Enquanto ele estiver comigo, não vou deixar ele desistir de estudar”, declara.

Dona Rita com o neto Natanael: desistir de estudar não é opção. Foto: Mardilson Gomes/SEE

Quem também desconhece o verbo desistir é Maria do Socorro Santos, mãe de duas alunas que estudam no 1º ano do ensino médio, Ada Bruna e Axia Marcela. Moradora do Ramal Zé Cambito, diz que “desistir não é uma opção”. As filhas, segundo ela, mesmo recebendo material impresso, também estudam pelo celular.

Já a dona de casa Elisângela Rodrigues Feitosa, mãe da Vanessa Rodrigues da Silva, diz: “Durante a pandemia tenho acompanhado o trabalho dos gestores e professores”.

Futuro dos filhos

Estudar é garantir o futuro dos filhos. Quem diz isso é José Rodrigues de Lima, que tem dois filhos estudando na Escola Plácido de Castro: Edilane Aparecida de Souza, que está no 6º ano do ensino fundamental, anos finais, e Edilan de Souza Lima, do 8º ano do fundamental.

Edilane e Edilan verificam o material impresso. Foto: Mardilson Gomes/SEE

Para José, os professores e a gestão da escola ajudam os filhos na medida em que ajudam a garantir o futuro dos filhos. Ele relata os problemas que teve durante a pandemia, já que desde o início resolveu se mudar da cidade, onde tinha uma casa, para sua pequena propriedade rural.

“Essa ação dos professores é muito boa, ajuda o futuro dos nossos filhos, que é o estudo. No dia certo tem que pegar e entregar o material na escola. Todos os pais e todas as mães devem lutar pelo futuro dos seus filhos”, relata o agricultor.

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