Escola da Floresta realiza mutirões envolvendo toda a comunidade escolar – artigo

{xtypo_quote_right}A teoria sem a prática é puro verbalismo inoperante, a prática sem a teoria é um ativismo cego.

Paulo Freire, educador{/xtypo_quote_right}

A hipocrisia é  uma das primeiras coisas que um ser humano percebe no mundo. É  quando, por exemplo, um pai diz ao filho para ser honesto, enquanto ele – o pai – se vangloria de ter vendido um fusca por um preço bem acima do seu real estado de conservação.

Algo parecido pode acontecer se a escola não tiver o devido cuidado de associar sua prática ao discurso. Enquanto muitos professores dizem para os estudantes “façam isso” ou “sejam de tal forma”, eles, educadores, fazem o contrário ou simplesmente deixam de fazê-lo.

Para superar esse tipo de conflito, a Escola da Floresta Roberval Cardoso, Centro de Educação Profissional do Instituto Dom Moacyr, vem tentando dissolver a dicotomia entre teoria e prática. Sua proposta de ensino-aprendizagem coloca em evidência a necessidade de se aplicar na realidade os ensinamentos apregoados em seu discurso – dentre eles, o da sustentabilidade.

Não é uma tarefa fácil, e não se pode dizer que a instituição atinja cem por cento do seu objetivo, mas há um constante exercício de educar e educar-se como instituição.

Aqui, os educandos, além do estudo teórico, realizam diversas atividades de campo que integram o currículo escolar. São as chamadas “atividades de produção”, realizadas na área de aproximadamente 400 hectares pertencentes à escola, que são praticadas conforme os princípios de sustentabilidade constantes no currículo. E também os mediadores (ou educadores) são estimulados a participar das atividades executadas pelos educandos, pois, além de ensinar, é necessário praticar o que se ensina.

 Integração entre teoria e prática é um princípio aplicado na horta, uma das atividades de produção da Escola da Floresta (Foto: divulgação)

Integração entre teoria e prática é um princípio aplicado na horta, uma das atividades de produção da Escola da Floresta (Foto: divulgação)

A proposta da Escola da Floresta é que, uma vez por mês, os educandos, mediadores e demais colaboradores participem do “Mutirão da Produção”,  que são atividades que beneficiam as áreas de produção da entidade, essenciais para seu funcionamento e sustentação, com destaque para horta, pastagem, açudes, apiário e outras ações. Do mutirão “não escapa” nem mesmo o responsável pela Coordenação Geral, o mais alto posto administrativo da instituição.

A singularidade da iniciativa é que não se trata apenas de uma simples execução de serviços braçais, é, sobretudo, colocar em prática os aprendizados ocorridos durante as aulas. É confrontar teoria e realidade, propondo o diálogo que por tanto tempo fora negligenciado pela educação tradicional, além de promover a integração entre educandos, mediadores e colaboradores, tornando o ambiente escolar mais harmônico, alegre e vivo de significado.

Desse diálogo entre teoria e prática nascem novas dúvidas, desafios, questionamentos, enfim, conhecimento. Fica demonstrado também que não há superioridade de uma em detrimento de outra: prática e teoria devem caminhar juntas, com igual valor e importância.

A Escola da Floresta Roberval Cardoso tem compromisso com uma educação transformadora e significativa, com a missão de promover a inclusão de jovens e adultos no mundo do trabalho, com a compreensão de que este mundo é um todo, diverso e complexo.

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