Equipe de Recife faz cirurgias do coração no Hospital das Clínicas

Cirurgia, colocação de aparelho coronário e consultas movimentaram o HC nesta terça-feira

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Equipe de médicos é composta por cinco cirurgiões que se revezam nas visitas ao Acre a cada 15 dias ou em casos de emergência (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Na manhã de terça-feira, 22, uma criança de um ano e três meses foi submetida a uma delicada cirurgia no coração, no Hospital das Clínicas. Ela nasceu com o que os médicos chamam de canal arterial patente (esse canal se fecha na primeira semana de vida, mas não foi o que aconteceu com o coração dela) e causa sobrecarga ao coração, o que gera cansaço, falta de ar, batimentos muitos acelerados e aumento no tamanho do órgão.

A cirurgia para o fechamento desse canal foi realizada por dois médicos pernambucanos – o cirurgião cardíaco Alexandre Baltar e a cirurgiã cardíaca especializada em pediatria Sheila Hazin. Segundo eles, a operação foi bem sucedida e a pequena Emanuele terá uma vida normal daqui para frente.

A menina mora com a família em Sena Madureira e os pais dizem que desde que ela era bebê sentiam seu coração bater muito rápido e ela não agia como as outras crianças. “Ela vivia triste pelos cantos, não queria brincar e logo se cansava. Finalmente descobriram o que ela tinha e pudemos realizar a cirurgia aqui mesmo no Acre”, diz a mãe, Elda Lázara da Silva.

“Ela vai ser transferida para o Hospital da Criança, deve ficar uns quatro dias internada e vai para casa. Depois disso, só acompanhamento pós-cirúrgico e vida normal”, diz o cirurgião Alexandre Baltar.

Ele conta ainda que o objetivo da equipe é realizar as cirurgias no próprio Hospital da Criança, evitando assim a transferência após o procedimento, e já solicitou todo o material necessário para montar a estrutura.

De acordo com o médico, cerca de 2% da população nasce com esse problema. Uma cirurgia como essa custa para o SUS quatro mil reais pagos à equipe médica, sem contar os custos hospitalares. No caso de Emanuele, ela teria que ser transportada por UTI no ar, um custo de aproximadamente 120 mil reais só de translado, segundo a gerência do programa de Tratamento Fora do Domicílio (TFD).

A equipe de médicos é composta por cinco cirurgiões que se revezam nas visitas ao Acre, a cada 15 dias ou em casos de emergência, e é resultado de um convênio entre o Governo do Estado e o Hospital Beneficência Portuguesa, de Recife, para atender pacientes do TFD. Eles operam no HC há três anos e já realizaram seis cirurgias como essa, que antes só eram possíveis ser realizadas fora do Estado.  

Outras ações

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Emanuele mora com a família em Sena Madureira e os pais dizem que desde que ela era bebê, sentiam o coração dela bater muito rápido (Foto: Angela Peres/Secom)

A equipe médica realizou outro procedimento cirúrgico durante a visita, a implantação do Cardiodesfibrilador Implantável (CDI), em um paciente que teve uma taquicardia ventricular, sobreviveu e está com aparelho provisório implantado por médicos do Hospital de Urgência e Emergência (Huerb).

“Este aparelho tem as mesmas funções de um marca passo, mas também tem a função de dar choque caso os batimentos cardíacos fiquem muito baixos, e é indicado para pacientes com baixa freqüência cardíaca porque ele tira o paciente do momento de arritmia e normaliza”, explica o doutor Alexandre Baltar.

É a segunda vez que um procedimento é realizado com o CDI que custa em torno de 100 mil reais. Um técnico especializado veio de são Paulo para acompanhar a cirurgia e fazer monitoramento do aparelho.

Ainda na tarde de ontem, aproximadamente 15 pacientes portadores de marcapasso fizeram consultas de avaliação com a equipe. Um deles, morador de Feijó, passou por uma cirurgia para trocar a bateria do aparelho que estava fraca. “Para trocar a bateria, a cirurgia é semelhante à colocação do aparelho e até isso era feito fora do Estado”, esclarece o médico.

Novidade para o coração

O médico conta ainda mais uma novidade para beneficiar quem tem problema no coração: A aquisição, por um grupo de médicos acreanos, de uma máquina de hemodinâmica, que faz cateterismo e diagnostica com maior precisão o entupimento nas artérias. A máquina vai ser instalada do Hospital Santa Juliana daqui aproximadamente cinco meses, a boa noticia é que haverá parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS).

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