Com bases de ferro envoltas de rede e cordas em um formato circunferencial, o cespu, equipamento constituído de um cesto e um pulsar, já ajudou, nas alagações acreanas, no salvamento de animais e pessoas em todo o estado, e agora vai ao Rio Grande do Sul, para somar forças no resgate das vítimas da enchente que já afetou mais de 1,5 milhão de pessoas.
O equipamento é uma inovação acreana que permite que a vítima seja regatada em lugares de difícil acesso por meio de uma técnica prática e segura de içamento, em que as cordas assumem o formato do cesto ao entrar em contato com o ambiente.
O “cespu xavier de salvamento”, como foi batizado, é uma idealização da capitã bombeira militar Ruana Casas, que este ano completa 11 anos na corporação.
“Os militares que irão já conhecem o equipamento e estão dispostos a utilizar o cespu em qualquer circunstância em que ele possa ser empenhado. Sinto grande satisfação, pois, como disse Joshua Lawrence Chamberlain, ‘nenhum sacrifício ou serviço meu requer qualquer outra recompensa do que aquela que a consciência dá a todo homem ou mulher que cumpre seu dever'”, afirma Ruana.
O secretário adjunto de Segurança Pública, coronel Evandro Bezerra, destaca a importância de o aparato ser mais um auxílio para as vítimas gaúchas, já que o cespu é muito funcional e prático: “A Segurança do Estado está à disposição para ajudar e ficamos muito felizes que uma invenção acreana seja um suporte para a equipe dos bombeiros enviada ajudar as pessoas vítimas das águas no Rio Grande do Sul”.
O equipamento foi criado pela militar durante o trabalho de conclusão do Curso de Formações de Oficiais, em 2018. Após sua criação, houve inúmeros testes com prática de sobrevoo e resistência, um deles realizado no 2° Batalhão do Corpo de Bombeiro Militar de Goiás, em que o teste foi bem-sucedido, podendo o equipamento ser utilizado para o salvamento de animais e pessoas.