Iniciativa conta com o apoio da Embrapa Acre e do Governo do Estado que trabalham em paceria para melhorar a vida do homem do campo
Representantes da empresa Rohr & Rohr Ltda, sediada em Caldas Novas, participaram de uma reunião com dirigentes e pesquisadores da Embrapa Acre, nesta quarta-feira (25), para discutir ações de apoio ao projeto de expansão do cultivo de pimenta longa (Piper hispidinervum) no Estado, para produção de safrol. O encontro aconteceu na sede da Unidade e contou também com a participação do Secretário de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, Nilton Cosson.
De acordo com o projeto, serão implantados 1.500 hectares de pimenta longa e uma usina de destilação de safrol, com capacidade para produzir 250 toneladas de óleo/ano. Atualmente a área plantada com a cultura é em torno de 40 hectares. O volume de recursos a ser aplicado dependerá de fatores como sistema de cultivo utilizado e necessidade de investimentos em tecnologias para recuperação de áreas de baixa fertilidade.
Judson Valentim, chefe geral da Embrapa, diz que a intenção é tornar o cultivo da pimenta longa uma fonte adicional de renda para produtores da região, sem comprometer outras atividades produtivas que garantem alimento e renda às famílias. A quantidade de produtores envolvidos no projeto e o tamanho da área a ser cultivada por família, serão definidos em conjunto com a Embrapa Acre e governo do Estado, com base na capacidade de produção familiar.
Cenário favorável
A Rohr e Rohr atua no processamento de óleos essenciais de diversas espécies. Há quatro anos vem investindo na produção safrol, de forma experimental, com o objetivo de mensurar o valor do extrato e reduzir os custos de produção. "O Acre apresenta um cenário favorável para receber um projeto deste porte porque é uma região de incidência natural da pimenta longa e dispõe de política de incentivo a novos empreendimentos industriais", afirma Cristina Saiane, gerente de produção e mercado da empresa.
Estudos revelam que Xapuri, Brasiléia, Capixada, Senador Guiomard e Acrelândia estão entre os municípios com maior ocorrência natural da cultura. Serão utilizadas áreas já abertas, preferencialmente oriundas da atividade pecuária, de forma a garantir a sustentabilidade ambiental do empreendimento.
"A Embrapa Acre está realizando o zoneamento de aptidão para a pimenta longa em áreas já desmatadas, com o objetivo de identificar os locais mais recomendados para o plantio, com menor custo de produção. O trabalho fica pronto em 30 dias e vai embasar a escolha da área para implantação do projeto", afirma Valentim.
A Unidade também atuará no desenvolvimento e transferência de tecnologias agrícolas e agroindustriais, e na capacitação de produtores, visando ampliar a capacidade produtiva local. Valentim avalia o projeto como uma porta para novas oportunidades de emprego e desenvolvimento para a região.
Segundo Cristina Saiani, a Rohr e Rohr dispõe de capacidade técnico-gerencial, conhecimento sobre a cultura e tecnologias para alcançar melhor rendimento com menor custo/ha. "A expectativa é que em cinco anos possamos competir no mercado internacional", afirma.
O grupo de empresários também se reuniu o governador do Estado, Binho Marque, e representantes de instituições ligadas ao meio ambiente para discutir a viabilidade ambiental do empreendimento e possíveis incentivos de ordem fiscal para a sua implantação.