Crise financeira mundial não abalou expectativas do empresariado, segundo pesquisa da Fecomércio
A crise financeira que teve início nos Estados Unidos e já faz efeito em várias nações do mundo ainda não abalou a expectativa positiva dos empresários do comércio acreano. A Federação do Comércio do Acre (Fecomércio) divulgou uma pesquisa sobre a opinião do empresariado em relação ao desempenho do varejo no primeiro semestre de 2009. Metade dos 194 entrevistados acreditam que os seis primeiros meses deste ano serão melhores que o mesmo período do ano passado e 33% acreditam que as vendas se manterão estáveis.
Para a gerente de uma grande loja de confecções da capital, Márcia Melo, a estratégia para driblar a crise é não dar tanta atenção à ela. “Se começarmos a incutir, a crise fica mais forte. A mídia só fala nisso e a gente acaba ficando apreensiva, controla os gastos. Nossa economia é baseada no funcionalismo público, não é como São Paulo, que abriga boa parte das multinacionais. Acredito que as vendas aqui no Estado vão se manter”, comentou.
Segundo a pesquisa, 61% dos empreendedores do Estado observaram crescimento nas vendas de suas empresas no primeiro semestre do ano passado. A pesquisa aponta esse fator como base para o otimismo constatado quanto à expectativa favorável manifestada pelos empresários para o primeiro semestre de 2009.
Foram ouvidas empresas dos ramos de alimentos, confecções, calçados, materiais de construção, medicamentos, peças para autos, publicidade e propaganda e informática, entre outras.
O gerente de uma loja de materiais de construção confirma que há certo pessimismo e que reflexos da crise devem chegar, sim, ao Acre. “Mas há sempre a expectativa de boas vendas. As lojas precisam se esforçar e se adequar ao consumidor, que hoje está muito exigente. Quer produtos de qualidade, com preços acessíveis e facilidades no pagamento”, comentou.
Os empresários também avaliaram os pontos fortes e fracos do comércio varejista do Acre. A qualidade dos produtos comercializados no mercado local, aliada à agilidade no atendimento aos clientes e preços competitivos, representa os principais pontos positivos do comércio varejista local, segundo a pesquisa.
Os pontos fracos, de acordo com o estudo, são a concorrência desleal e o baixo nível de divulgação dos negócios. A inadimplência, a mão-de-obra não-qualificada e as condições de pagamento incompatíveis com o fluxo financeiro da empresa também foram apontadas.