Zinho teve intensa vida social e foi dinâmico empreendedor, conquistando o respeito e amizade do povo cruzeirense
O empresário Francisco Souza dos Santos, conhecido no Vale do Juruá por Zinho faleceu na noite desta sexta-feira, 13, em Manaus. O corpo será trasladado para Cruzeiro do Sul onde será enterrado neste domingo, 14. O empresário tinha completado 50 anos no último dia 20 de abril. A causa da morte foi câncer nas vias biliares. Ele deixa a esposa Maria Nagis e os filhos André, Francisco Júnior, Nádia Carolina, João Pedro e Márcio.
Zinho nasceu no seringal Ouro Preto – na época situado em Cruzeiro do Sul e hoje Porto Walter – mas assim que nasceu, o seu pai (Seu Dedé) foi cortar seringa no Alto Juruá. Com dez anos retornou a Cruzeiro do Sul. O pai se tornou empregado no comércio e com isso Zinho entrou no ramo comercial. Iniciou com um pequeno quarto no mercado e conseguiu montar um supermercado que chegou a ser um dos maiores de Cruzeiro do Sul.
No entanto, foi na indústria que ele mais se sobressaiu. Durante muito tempo produziu o Guaraná Nauense. Posteriormente abriu a Fábrica de Bebidas Cruzeiro, uma potência regional no ramo de refrigerantes. Além destes, de vários sabores, a fábrica produz também o guaraná em pó e o xarope de guaraná. Mais recentemente investiu numa fábrica de flocos de milho. Os filhos, Francisco Jr e André passam a gerir as fábricas da família que em breve serão instaladas no Polo Industrial de Cruzeiro do Sul.
Intensa vida social
Zinho foi um cruzeirense que amava sua terra e tinha intensa vida de trabalho na sociedade local. Foi presidente da Associação Comercial do Alto Juruá (ACAJ) no período de 1993/1995. Foi suplente de juiz classista por três anos, foi conselheiro do Educandário e conselheiro do Lar dos Vicentinos. Trouxe a Junta Comercial para Cruzeiro do Sul e a presidiu por um mandato. Por suas atividades industriais chegou a ser eleito o melhor industrial do ano no Acre. Foi candidato a prefeito de Cruzeiro do Sul pela Frente Popular na última eleição municipal.
O pai, Dedé, com o sentimento da saudade, conta que Zinho nunca lhe trouxe problemas; como se separara da esposa, foi pai e mãe para o Zinho. “Ele era controlado, vivia para o trabalho”. A irmã Cleide conta que o Zinho foi mais que um irmão; agia como se fosse o pai amigo. “Seu coração vibrava de fé. Cuidou dos outros e não cuidou de si próprio.”
Para a população de Cruzeiro do Sul fica a lembrança de um homem humilde, honesto e solidário. O empresário Pedro Viga, que foi presidente da ACAJ de 1995 a 2006 teve uma convivência muito próxima ao Zinho e era seu parceiro na Ordem Maçônica. “Para mim, falar do Zinho exigiria a tarde inteira. Um ser humano nota 10. Empresário parceiro, grande pai de família. Tive uma relação de afinidade com ele. Minha solidariedade à família”.
O atual presidente da ACAJ, Marcos Venício Alencar de Souza, grande amigo do Zinho, divulgou uma nota de solidariedade em que diz:
“Notável empresário sempre teve sua conduta pautada em honestidade, altruísmo e solidariedade. Frequentemente envolvido nas causas sociais deixou admirável legado. Pai exemplar, esposo, companheiro, filho carinhoso, deixa lacuna de difícil reparação. Na certeza de seu glorioso amparo no lar de nosso Pai Celestial externamos nossos sinceros votos de solidariedade, de conforto aos familiares e amigos que na vida terrena permanecem”.
