Rio Branco foi palco do evento “Acre Rumo às Quatro Safras”, realizado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Produção e Agronegócio (Sepa), em parceria com o Grupo Boasafra, nos dias 21 e 22 de março
Reunindo empresários de Rondônia e Acre interessados em expandir o setor do agronegócio, principalmente no plantio de grãos com arrendamento de terras, foram promovidas visitas de campo para mostrar possibilidades e as políticas públicas do Estado promovidas pelo governo Gladson Cameli.
Só nesse primeiro encontro da parceria entre governo e Boasafra, mais de 5.500 hectares de terra para arrendamentos foram oferecidos a grandes produtores de Rondônia que já trabalham em larga escala no estado vizinho e agora procuram opções de expandir negócios, aproveitando o novo projeto de desenvolvimento econômico do Acre.
“Todo mês tivemos uma grande agenda em relação à abertura do Acre ao agronegócio, mas essa abertura envolve vários processos, tanto a atração de investidores, como trabalhar novas políticas tributárias e a gestão ambiental. É um trabalho conjunto de várias secretarias de governo que envolve cooperação para o desenvolvimento desse plano”, conta o secretário de Produção e Agronegócio, Paulo Wadt.
Todo o encontro foi realizado apresentando apenas terras do Baixo Acre, principalmente de Senador Guiomard e da fronteira com Boca do Acre (AM).
Atraindo investidores
O evento “Acre Rumo às Quatro Safras” fez parte do protocolo de intenções assinado entre os governos do Acre e Rondônia pela parceria no desenvolvimento do agronegócio do estado.
No começo do ano, o governador Gladson Cameli visitou a sede do Grupo Boasafra em Cerejeiras (RO) e, após boas conversas, o Grupo decidiu apoiar as novas políticas do agronegócio no estado. Com 14 unidades de serviços agropecuários, sendo uma no Acre, o Boasafra existe há 40 anos e apoiar o desenvolvimento do setor é uma de suas missões.
Presidente do grupo e também produtor rural, Gilberto Borgio fez questão de acompanhar todo o evento. Conhecendo o Acre há mais de 20 anos, ele se diz empolgado com a ideia de um governo que realmente apoia o agronegócio em larga escala e se esforça para ver o desenvolvimento do setor.
Ele revela que Rondônia teve um forte salto nessa área, mas que hoje é realmente necessário expandir o setor de grãos devido a grande demanda e concorrência, com o Acre estando à vista dos grandes produtores.
“Desde a primeira vez que vim aqui vi o potencial do Acre para o agronegócio, mas tínhamos amarras, principalmente nessa agricultura de grandes negócios. Agora, vemos que existe uma iniciativa e boa vontade por parte do governo que isso se torne uma nova realidade. Isso aconteceu em Rondônia e agora vemos que no Acre tem tudo pra acontecer também, já que aqui tem condições até melhores que Rondônia, com uma topografia grande, uma altitude boa e um ótimo potencial”, destaca Borgio.
Junto com o secretário Paulo Wadt, o empresário ainda afirmou que ajudará a reunir mais empresários para um novo evento de apresentação de terras, em abril, dessa vez no Alto Acre.
Na vista dos empresários
Cerca de 15 grandes grupos já estão interessados em expandir exponencialmente suas produção no estado.
Entre os empresários que visitaram o estado no último evento, está o casal José Goulart e Marli Terezinha. Nascidos no Rio Grande do Sul “no meio da soja”, eles vem de famílias que levam a agricultura como tradição. Há mais de 30 anos em Rondônia, eles trabalham com soja em três fazendas e agora buscam novas terras aptas para agricultura no Acre.
“Estamos produzindo com área própria e arrendada em tono de 6.500 hectares. Só tínhamos vindo ao Acre de passagem e dessa vez estamos conhecendo de verdade. E estou admirado. Com o terreno, o solo, aqui é um futuro garantido. Já tínhamos pensando em investir no Acre e agora, depois dessa visita, vamos nos aprofundar mais e como o governo deu carta branca pra trabalhar, vamos com certeza investir”, disse José Goulart.
A esposa Marli completa: “Viemos ao Acre em busca de novas terras aptas para agricultura e estamos encantados com essa região. Estamos esses dois dias andando. É uma área muito grande de terra produtiva com uma extensão contínua para lavoura. É uma terra magnífica. Estamos sendo muito bem recebidos também com um povo muito hospitaleiro”.